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Celso Daniel: suspeita de que foi executado ao descobrir que desvio de dinheiro não estava indo para o PT | Divulgação
Celso Daniel: suspeita de que foi executado ao descobrir que desvio de dinheiro não estava indo para o PT| Foto: Divulgação

O outro lado

Petistas desqualificam e ironizam as novas denúncias do publictário

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse ontem por meio de sua assessoria, que não vai comentar o assunto "de tão ridículo". Já o ex-presidente Lula não tem comentado sobre as novas acusações do publicitário Marcos Valério. Porém, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, amigo do ex-presidente, disse duvidar que Valério tenha algo a acrescentar ao que já foi dito no julgamento do mensalão. Ele ainda ironizou o novo depoimento: "Se eu fosse condenado a 40 anos de prisão, também estaria me mexendo".

Nos bastidores, porém, a avaliação do PT é que o caso está sendo usado para prejudicar o ex-presidente Lula. Como reação, o discurso dos petistas tem sido de que Valério está tentando se livrar da pena imposta pelo STF e por isso não merece credibilidade.

O novo depoimento do publicitário Marcos Valério ao Ministério Público Federal (MPF), na tentativa de obter um acordo de delação premiada, envolve o ex-presidente Lula numa trama relacionada ao assassinato em 2002 de Celso Daniel, ex-prefeito petista de Santo André, no ABC Paulista.

A informação é de uma reportagem publicada pela revista Veja que começou a circular ontem. Valério, considerado o operador do mensalão, foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 40 anos de prisão e está tentando, com a delação premiada, obter um abrandamento da pena. Ou até se livrar da cadeia, pois poderia ser incluído no programa de proteção à testemunha, por meio do qual o denunciante troca de nome e passa viver em um lugar não informado pelas autoridades. O depoimento ao MPF teria sido dado em setembro.

Segundo a revista, Valério relatou ao MPF ter sido procurado por integrantes do PT, inclusive por Lula, para negociar com pessoas supostamente envolvidas no assassinato de Celso Daniel. À época do crime, o prefeito era o coordenador da campanha presidencial de Lula. E, segundo uma linha de investigação, teria sido morto ao descobrir que desvios de recursos da prefeitura não estavam abastecendo o partido (o objetivo inicial), mas sim enriquecendo pessoas envolvidas no esquema.

Segundo Veja, o publicitário disse que Lula e o atual secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, estavam sendo extorquidos por pessoas ligadas ao crime. Valério teria afirmado que foi procurado para pagar pela extorsão.

De acordo com a revista, o publicitário não teria aceito a oferta. Mas teria apontado ao MPF um amigo pessoal de Lula que teria resolvido a questão, "utilizando-se de um banco não citado no esquema do mensalão".

No depoimento, Valério ainda disse, segundo a revista, que teria detalhes "comprometedores sobre a participação do ex-ministro Antonio Palocci na arrecadação de recursos para o caixa do PT". Com a morte de Celso Daniel, Palocci assumiu a coordenação da campanha de Lula em 2002.

Dossiê dos aloprados

Ainda segundo a reportagem de Veja, Valério também teria dito ao MPF ter informações sobre a origem do R$ 1,7 milhão apreendido pela Polícia Federal no escândalo do dossiê dos aloprados, durante a campanha eleitoral de 2006. Esse dinheiro serviria para pagar um dossiê, elaborado por pessoas ligadas ao PT, contra José Serra, o então candidato tucano ao governo de São Paulo.

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