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O Paraná tem muitas belezas naturais, mas na comparação com o litoral da maioria dos estados brasileiros não conseguimos competir em termos de exuberância. Isso não é motivo para não prestarmos atenção às nossas praias, muito pelo contrário. Devia servir é de incentivo para o desenvolvimento dessas cidades que se esforçam para oferecer o melhor a todos os visitantes da temporada de verão.

O litoral paranaense é nosso, e merece tratamento melhor, tanto do poder público local – a quantidade de escândalos em que gestores de prefeituras do litoral se envolveram é assombrosa – como do governo estadual.

Na semana passada, a Gazeta do Povo publicou o resultado de um levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas que mostra que o litoral paranaense é o local preferido de 40% dos curitibanos que frequentam praias. Mas, para 74% deles, o litoral catarinense tem uma estrutura melhor que a do Paraná.

Qual o problema com nossas praias? Nenhuma reclamação contra as belezas naturais, obviamente. O que os curitibanos criticaram foi sujeira nas praias e a falta de saneamento. Realmente é um pouco desconcertante ficar sabendo que apenas 43% das residências do litoral são atendidas por rede de esgoto. Exatamente ali, onde nos banhamos com toda a família, há um dos piores índices do estado.

Pelos resultados do Censo 2010, o índice do Paraná também é baixo: apenas 53,3% dos domicílios particulares tinham rede geral de esgoto ou pelo menos pluvial (há um sistema de coleta, mas não necessariamente tratamento). Em Curitiba, a situação já foi quase resolvida: 92,3% das casas estavam nesta condição. Mas em Matinhos, por exemplo, é de apenas 33,2% e, em Guaratuba, 45,3%.

Não é à toa que essas duas cidades litorâneas aparecem com índices tão baixos de desenvolvimento. Pelo Índice Ipardes de Desempenho Municipal (IPDM), feito pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Matinhos fica na 255.ª posição entre os 399 municípios paranaenses e Guaratuba, na 355.ª. O IPDM leva em conta a pontuação obtida pelas cidades nas áreas de saúde, educação e renda. Levando-se em conta apenas o desempenho na área da saúde – que guarda relação direta com o saneamento básico –, as duas cidades caem no ranking. Matinhos fica em 349.º e Guaratuba, em 374º.

A responsabilidade por essa situação não recai somente sobre o poder público. Muita gente deixa de fazer a ligação de esgoto de sua casa com a rede geral. Se está faltando conscientização, é preciso gastar com campanhas educativas. Se é de má-fé, Sanepar, prefeitura e governo estadual precisam fiscalizar e multar situações do tipo.

Dois anos depois...

Infelizmente, os problemas no litoral são vários e dá até para desconfiar de descaso tamanha a demora para executar obras fundamentais. Como reagir com compreensão ao saber que apenas em março de 2013 as pontes destruídas na grande tempestade que assolou o litoral paranaense começarão a ser reconstruídas? Isso mesmo, não se trata da data da entrega, mas sim do começo das obras. Dois anos depois. A responsabilidade sobre isso, aparentemente, envolve tanto o governo federal quanto estadual. O dinheiro teria sido liberado pela União ainda em maio de 2011, mas a autorização para gastar com pontes só teria ocorrido em fevereiro de 2012. E foi só em novembro que foi finalizado o plano de trabalho das obras.

Vamos com fé

Às vezes é um pouco desanimador apontar para situações como essa, mas o objetivo é apenas chamar a atenção para que o poder público aja mais rapidamente e com maior efetividade. E é torcendo para que isso aconteça que desejo a todos um Feliz Natal.

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