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Veneri acusa Sciarra de mandar PM “meter bomba”

Líder da oposição diz que chefe da Casa Civil ordenou os ataques por telefone. Secretário nega

Sciarra promete ir à Justiça contra o petista. | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Sciarra promete ir à Justiça contra o petista. (Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo)

Na primeira sessão da Assembleia Legislativa do Paraná após os confrontos no Centro Cívico, o líder da oposição, Tadeu Veneri (PT), acusou o chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra, de ter orientado a polícia a atacar os manifestantes. Segundo o petista, num momento em que os policiais estariam recuando, Sciarra teria dito ao telefone “meta bomba, meta bomba”. O secretário classificou a acusação como absurda e disse que vai interpelar judicialmente o parlamentar petista.

Assim como no dia da batalha campal na Praça Nossa Senhora de Salete, os deputados governistas silenciaram nesta segunda-feira (4) sobre o ocorrido. Já os oposicionistas se revezaram na tribuna para criticar a ação do governo. Para Veneri, o Executivo é covarde e cínico ao dizer que os policiais perderam o controle da ação. “A responsabilidade é de quem ordenou a operação e ela tem nome e sobrenome: Carlos Alberto Richa e Fernando Francischini.”

Na sequência, ele também citou Sciarra, ao dizer que o secretário acompanhava os confrontos do 8.º andar do anexo da Assembleia e, ao telefone, teria ordenado que bombas fossem jogadas sobre os servidores.

À reportagem, Sciarra disse que nem sequer falou ao celular enquanto esteve na Assembleia e garantiu que as pessoas que estavam com ele poderão confirmar os fatos. O secretário mencionou que não participou em nenhum momento da operação da PM e que apenas assistia aos confrontos do alto do prédio. “Esse é o mesmo Tadeu Veneri que disse naquele dia que dois professores tinham morrido”, rebateu Sciarra.

Crítica de dentro

Único governista a comentar os fatos da semana passada, o líder da base aliada, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), reafirmou que o debate sobre a previdência foi amplo e democrático. E defendeu que a Assembleia tinha o direito de votar a proposta. O peemedebista, no entanto, reconheceu que a situação “fugiu completamente da expectativa”. Segundo ele, era esperada uma votação tensa, mas não uma repressão na intensidade que ocorreu. “Nada justifica. Foi descabido o volume de bombas, de balas de borracha. Foi impensável o excesso com que as manifestações foram respondidas”, lamentou. Classificando os episódios da última quarta-feira (29) como infames, o parlamentar afirmou que o clima na Assembleia desde então é de velório. “Todos nós perdemos nesse processo.”

A repercussão negativa dos confrontos pode, inclusive, custar a liderança do governo a Romanelli. Em reunião na noite desta segunda-feira (4), a Executiva estadual do PMDB aprovou resolução que proíbe filiados da legenda de ocuparem cargo ou função de confiança no governo, enquanto ele for comandado pelo PSDB, sob pena de suspensão das atividades partidárias. Outro peemedebista atingido pela decisão é o ex-governador Orlando Pessuti, nomeado recentemente diretor administrativo do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Eles terão 30 dias para deixar as funções.

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