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Desde que a reforma do Palácio Iguaçu começou, no início deste ano, arquitetos e entidades ligadas à defesa do patrimônio histórico travaram uma pequena batalha contra a forma como o restauro foi planejado. Eles acusaram o governo de ter descaracterizado o projeto original da década de 50, de autoria do arquiteto David Azam­­buja, hoje apontado como um marco referencial da arquitetura moderna no estado. Até mesmo ações judiciais tentaram proteger as características originais do imóvel construído na década de 50. Mas o secretário estadual de Obras, Julio Araújo Filho, explica que a reforma procurou manter todos os traços do projeto de Azambuja.

O foco de maior discórdia foi a troca dos vidros na fachada do edifício. Os antigos eram transparentes, numa alusão do projeto original à "transparência do poder". Foram substituídos por modelos de tom esverdeado. O coordenador de projetos especiais da Secretaria de Obras, arquiteto Edson Klotz, explica que os vidros verdes mantiveram a ideia de transparência. Segundo ele, a tonalidade foi escolhida porque no projeto original de Azambuja, os vidros seriam verdes. Mas acabaram não sendo instalados porque, na época da construção, na década de 50, eram caros demais. "A nova fachada segue o padrão histórico da época de sua construção, com as esquadrias de alumínio aparentes. A diferença é que os vidros atendem as normas construtivas atuais", afirma ele.

Outra modificação que pode gerar polêmica é a colocação de um anteparo de vidro que acompanha a curva do corrimão da suntuosa escada em forma de leque do saguão principal. O guarda-corpo, que não consta do projeto original, foi instalado para atender à atual legislação de segurança. "Infeliz­­mente tivemos que adaptar a escada. Tentamos fazê-lo da melhor forma, a fim de evitar a descaracterização", afirma Klotz.

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