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Painel de votação da Assembleia Legislativa do Paraná: Richa passou a ter mais resistência. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Painel de votação da Assembleia Legislativa do Paraná: Richa passou a ter mais resistência.| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

As principais votações de 2015 podem servir como uma medida para que o governador Beto Richa (PSDB) saiba o real tamanho de sua base na Assembleia Legislativa do Paraná, que retoma as sessões na próxima segunda-feira (1.º), após o fim do recesso parlamentar. Dos 54 deputados, 32 votaram junto com o governo em mais de 80% das votações-chave para o governo no ano passado. No início da legislatura, a base tinha 47 parlamentares. Mas, ao longo do ano, 17 votaram com o governo em menos de 25% dos projetos, e podem ser considerados oposição.

Por um lado, isso significa que Richa começou seu segundo mandato sofrendo muito mais resistência do que no mandato anterior – mesmo vendo os principais partidos de oposição, como o PT e a ala “requionista” do PMDB, perder deputados. Por outro, o acirramento da disputa política tornou a base mais coesa, unida e identificável. Dos deputados mais leais, 17 votaram com o governo em todas as ocasiões, e o resto destoou do governo em apenas uma ocasião.

INFOGRÁFICO: Veja como votaram os deputados estaduais

Esta ocasião foi a instalação dos chamados “pedagiômetros”. O deputado Tercílio Turini (PPS) apresentou uma emenda a um projeto do governo que reduzia os poderes da Agência Reguladora do Paraná (Agepar) obrigando as concessionárias de pedágios a instalar programas de computador que controlem o número de veículos que pagam a tarifa em tempo real. Inicialmente, o projeto foi derrubado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A decisão, entretanto, foi revertida no plenário, com o voto de metade da base governista.

Confusão partidária

Na divisão entre oposição e situação, a política partidária parece ter pouca importância. Vários partidos importantes tem representantes nos dois grupos. O caso mais evidente é o do PMDB: é o partido de Luiz Cláudio Romanelli, o líder do governo, e tem três deputados que não votaram com o governo em nenhuma das ocasiões: Requião Filho, Nereu Moura e Anibelli Neto. Situação similar é vista no PSC, maior bancada da Assembleia.

Entre os partidos com mais de três deputados, apenas três tem uma postura coesa na Assembleia. PSDB, partido do governador, e DEM, no lado da situação, e o PT, na bancada de oposição.

Ajuste fiscal e popularidade

O aumento na bancada de oposição e na polarização entre os deputados pode ser explicada pela queda na popularidade do governo. Episódios como a chegada dos deputados da base aliada do governo em um camburão ajudaram a transferir essa impopularidade para a bancada de situação.

Isso ajuda a explicar, em parte, porque nove deputados eleitos pela própria chapa de Richa decidiram “mudar de lado” no início da legislatura. Ainda assim, o aumento não representa uma mudança real na correlação de forças. No voto, o governo perdeu em apenas uma ocasião significativa no ano, o que mostra que, ainda que tenha diminuído, a bancada do governo ainda prevalece no plenário.

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