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Gleisi Hoffmann: com 882 mil eleitores, candidata do PT teve o voto mais caro para o governo, no valor de R$ 30,56 ; Beto Richa:  candidato reeleito teve 3,3 milhões de votos, custo de R$ 8,98 por voto ; Roberto Requião: com 1,6 milhão de eleitores, peemedebista “investiu” R$ 7,26 por voto, valor mais baixo entre os três principais concorrentes | Wilson Pedrosa/ Fotos Públicas ; Albari Rosa/ Gazeta do Povo ; Cesar Machado/ Gazeta do Povo
Gleisi Hoffmann: com 882 mil eleitores, candidata do PT teve o voto mais caro para o governo, no valor de R$ 30,56 ; Beto Richa:  candidato reeleito teve 3,3 milhões de votos, custo de R$ 8,98 por voto ; Roberto Requião: com 1,6 milhão de eleitores, peemedebista “investiu” R$ 7,26 por voto, valor mais baixo entre os três principais concorrentes| Foto: Wilson Pedrosa/ Fotos Públicas ; Albari Rosa/ Gazeta do Povo ; Cesar Machado/ Gazeta do Povo

Campanhas milionárias garantem vaga na Alep

Comparação revela que mais dinheiro na campanha pode resultar em mais votos nas urnas.

Dados apresentados pelos candidatos a deputado estadual ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) revelam que, apesar de não ser determinante, o poder econômico pode influenciar substancialmente o resultado das urnas. A Gazeta do Povo consultou a prestação de contas dos 54 deputados eleitos para a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Dos seis candidatos que gastaram mais de R$ 1 milhão na campanha, três ficaram entre os seis mais votados.

Ratinho Júnior (PSC), campeão de votos (300 mil), foi o que mais investiu: R$ 3,4 milhões, uma média de R$ 11,39 por voto. Com a segunda campanha mais cara (R$ 2,1 milhões), Ney Leprevost (PSD) foi o sexto mais votado, com 71,5 mil votos. O peemedebista Alexandre Curi, segundo mais votado, com a preferência de 114,8 mil eleitores, gastou R$ 1,4 milhão, o quarto maior valor entre os eleitos.

Também gastaram mais de R$ 1 milhão Pedro Lupion (DEM) (R$ 2 milhões), Plauto Miró (DEM) (R$ 1,3 milhão) e Maria Victória (PP) (R$ 1 milhão). À exceção de Ratinho Júnior, que era deputado federal, e Maria Victória, novata na política, os demais disputaram a reeleição.

Na relação entre os gastos e a votação obtida, Lupion teve o voto mais caro entre os eleitos: R$ 32,26. Alguns dos que mais gastaram, porém, obtiveram menos votos, proporcionalmente, do que colegas que investiram menos na campanha. Ney Leprevost, por exemplo, apesar de estar entre os mais votados, gastou R$ 29,58 por voto conquistado. Maria Victória, R$ 24,14 – ela obteve 44,9 mil votos.

Na contramão, o deputado reeleito Gilberto Ribeiro (PSB), quinto mais votado com 76,1 mil votos, gastou apenas R$ 3,61 por eleitor. Uma posição à frente, com 78,6 mil votos, Artagão Júnior (PMDB) teve um custo de R$ 5,69 por voto. Com a segunda campanha mais barata (R$ 100,2 mil), o deputado reeleito Tercílio Turini (PPS) teve o melhor desempenho na relação gastos x quantidade de votos. Com 47 mil eleitores, o custo por voto saiu a R$ 2,13 para o deputado. Único entre os eleitos a gastar menos de R$ 100 mil, o novato Marcio Pacheco (PPL), que conquistou 25 mil votos, gastou R$ 2,21 por eleitor. (PGS)

Câmara

Deputada federal mais votada teve custo de R$ 0,60 por voto

Rogerio Waldrigues Galindo

O preço do voto para deputado federal variou quase 100 vezes no Paraná. O voto mais caro entre os 30 eleitos no dia 5 de outubro foi o do deputado tucano Alfredo Kaefer, da região de Cascavel.

Segundo a informação prestada por Kaefer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram investidos R$ 4,7 milhões na campanha. Como o deputado teve pouco mais de 82 mil votos, isso significa que cada voto "custou" pouco mais de R$ 56. Quase todo o dinheiro veio do bolso do próprio deputado, que é empresário da área alimentícia, e das empresas dele.

O voto mais "barato" foi o de Christiane Yared (PTN). Campeã de votos, com mais de 200 mil votos neste ano, ela afirma ter gastado apenas R$ 119 mil na eleição — menos de R$ 0,60 por voto. Diego Garcia (PHS) registrou um gasto menor ainda, de R$ 116 mil, mas o custo por voto foi mais alto: cerca de R$ 1,90 por voto. Ricardo Barros (PP) teve o segundo maior gasto, com R$ 3,1 milhões; em seguida aparecem Luiz Carlos Hauly (PSDB), com R$ 3 milhões, e Edmar Arruda (PSC), com R$ 2,9 milhões.

Os oito candidatos que disputaram o governo do Paraná nas eleições de outubro gastaram, juntos, mais de R$ 68,8 milhões para conquistar os 5,9 milhões de eleitores que optaram por uma das candidaturas. Os dados foram obtidos a partir da prestação de contas dos candidatos apresentada à Justiça Eleitoral. Na média, o voto de cada eleitor na disputa pelo governo "custou" R$ 11,60.

INFOGRÁFICO: Veja quanto cada candidato gastou na campanha

O candidato reeleito, Beto Richa (PSDB), foi quem mais gastou na campanha: R$ 29,7 milhões. Proporcionalmente, porém, Richa ficou em terceiro lugar ao se fazer a relação com a quantidade de votos obtida. Comparando-se o valor gasto com os mais de 3,3 milhões de votos conquistados, cada eleitor custou ao tucano R$ 8,98.

Terceira colocada na disputa, com quase 882 mil votos, a petista Gleisi Hoffmann teve o voto mais caro: R$ 30,56. Apesar do fraco desempenho nas urnas, Gleisi foi a segunda candidata que mais gastou, chegando a R$ 27 milhões. Roberto Requião (PMDB), que obteve 1,6 milhão de votos, terminando em segundo lugar, gastou, proporcionalmente, R$ 7,26 por eleitor. O candidato do PMDB declarou à Justiça gastos de R$ 11,9 milhões. Juntos, os três principais candidatos gastaram R$ 68,6 milhões.

Os dois candidatos de partidos mais à esquerda foram os que gastaram menos para convencer o eleitor. Último colocado, com pouco mais de 5,7 mil votos, Rodrigo Tomazini (PSTU) declarou gastos de apenas R$ 506 durante toda a campanha. O custo por voto saiu a R$ 0,09. Quinto colocado na disputa, com 35,3 mil votos, Bernardo Pilotto (PSol) gastou R$ 0,17 por eleitor.

Maiores doadores

A prestação de contas apresentada pelos candidatos ao TSE revela ainda que grandes doadores nem sempre escolhem um único candidato. O Grupo JBS – conhecido pela marca Friboi –, por exemplo, doou R$ 12 milhões aos três principais postulantes ao governo. Gleisi foi a mais beneficiada, com R$ 8,6 milhões. O JBS também foi o maior doador da campanha de Roberto Requião, que recebeu R$ 2,4 milhões. A empresa não esqueceu Beto Richa, a quem doou R$ 1 milhão.

Tradicionais na contribuição a campanhas, sete construtoras doaram, juntas, R$ 7,7 milhões à candidata petista. Também entre os maiores doadores, o banco BTG Pactual doou aos três candidatos. O maior valor, R$ 2 milhões, foi repassado a Beto Richa. Requião e Gleisi receberam, respectivamente, R$ 1 milhão e R$ 400 mil.

Uma das maiores doações recebidas por Roberto Requião veio de pessoa física. Candidato derrotado ao Senado pelo PMDB, Marcelo Almeida doou R$ 700 mil ao colega de partido. A Fresnomaq, indústria de máquinas e equipamentos, fecha a lista dos maiores doadores. A empresa contribuiu com R$ 1,3 milhão para Richa.

Curiosidades

Com valores bem distantes dos grandes doadores, parentes e aliados políticos também contribuíram com as candidaturas. Irmão do governador e secretário estadual de Infraestrutura, Pepe Richa doou R$ 8 mil a Beto. Já o candidato do PMDB recebeu R$ 15,6 mil do filho, Maurício de Mello e Silva, eleito deputado estadual. Requião ainda doou para ele mesmo R$ 300 reais. Destituído pelo próprio Requião da presidência do diretório estadual do PMDB em plena campanha eleitoral, o deputado federal reeleito Osmar Serraglio doou R$ 3,6 mil ao desafeto.

Já o prefeito e a vice-prefeita de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT) e Mirian Gonçalves (PT), doaram, respectivamente, R$ 38 e R$ 152 para Gleisi.

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