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O ex-chefe da Subsecretaria de Assuntos Parlamentares da Casa Civil Waldomiro Diniz disse, em seu depoimento na CPI dos Bingos, que não extorquiu dinheiro do empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, como mostrou uma fita exibida pela revista "Época" no início de 2004. Waldomiro é suspeito de cobrar propina para garantir a renovação de contrato da Gtech com a Caixa Econômica Federal em 2003. O depoimento durou cerca de seis horas.

Waldomiro depôs na CPI dos Bingos protegido por um hábeas-corpus, dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe permite permanecer calado diante das perguntas dos parlamentares. Waldomiro também pode ter a assistência de seu advogado durante a sessão.

No início da sessão, a CPI aprovou a convocação do ex-ministro José Dirceu, do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, de sua mulher, a governadora do Rio Rosinha Matheus e da ex-governadora do Rio Benedita da Silva. Todos terão que explicar se houve desvio de recursos para as campanhas eleitorais. As datas dos depoimentos ainda não foram decididas.

Em resposta ao relator da CPI, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), Waldomiro garantiu que não tinha interesse na renovação do contrato para o fornecimento de equipamentos de loteria. Negou também que tenha mantido encontro com os diretores daquela instituição financeira para tratar do assunto e disse que as acusações que pesam contra ele nesse sentido são inverídicas.

Waldomiro, que também foi presidente da Loterj (Loterias do Estado do Rio de Janeiro), confirmou o encontro com o empresário de jogos, mas disse que defendia interesses de Armando Dile, um prestador de serviços contratado por Cachoeira e falecido em 2002, que não recebia regularmente o salário combinado. Foi por isto que Dile, segundo ele, o convidou para conversar com Cachoeira num escritório da Torre RioSul, no Rio de Janeiro. Ali teria ocorrido a gravação divulgada pela revista "Época".

Em seu depoimento, o ex-assessor da Casa Civil confirmou que Cachoeira pediu que alterasse o edital de licitação da Loterj. Waldomiro disse ainda que nunca teve padrinhos políticos e não ter responsabilidade sobre contratos assinados entre o PT e o ex-governador do Rio Anthony Garotinho.

Waldomiro voltou a afirmar que repassou R$ 100 mil à campanha do candidato do PT ao governo do Distrito Federal, Geraldo Magela, em 2002. Ele disse que recebeu o dinheiro das mãos de Cachoeira e repassou integralmente o valor da doação a um assessor de Magela, de nome Paulinho. O ex-assessor da Casa Civil enfatizou que resolveu contrariar a orientação de seus advogados e confirmar a doação devido ao processo judicial movido por Magela contra ele.

Ele disse ainda que fazia visitas diárias à Câmara no período de votação de projetos, em decorrência das funções desempenhadas no cargo de assessor parlamentar. Waldomiro disse que não participava de discussões e que não intermediava a liberação de recursos públicos. Pedidos formais nesse sentido, segundo ele, deveriam ser encaminhados diretamente ao ministério pertinente.

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