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Youssef: doleiro irá alegar que as escutas da PF foram ilegais e que o juiz é suspeito | Arquivo/ Jornal de Londrina
Youssef: doleiro irá alegar que as escutas da PF foram ilegais e que o juiz é suspeito| Foto: Arquivo/ Jornal de Londrina

Endereço

Empresas de familiares de Costa têm sede em condomínios residenciais

Agência Estado

Duas das 13 empresas ligadas ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que foram vasculhadas pela Polícia Federal na sexta-feira passada, ficam em endereços residenciais. As sedes de todas as empresas, alvo da quinta fase da Operação Lava Jato, ficam em prédios da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, em condomínios de escritórios ou residenciais. Registrada em nome da esposa de Costa, Marici, e de uma das filhas do casal, Arianna Costa Bachmann, a Bachmann Representações Ltda, por exemplo, tem seu endereço num condomínio domiciliar de luxo. A empresa, segundo a Procuradoria da República, recebeu recursos da companhia Estaleiro Atlântico Sul S/A, "esta com contratos milionários com a Petrobras". Na portaria do prédio que consta como sede da Bachmann nada se sabe da existência da empresa. Situação semelhante acontece com a B&X Consultoria e Assessoria Comercial Ltda, que segundo a Procuradoria recebeu recursos do Consórcio Confidere Racional, que tem "contratos com a Petrobras". O endereço da empresa fica também num condomínio de apartamentos na Barra, onde segundo funcionários mora um casal.

O doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), decidiu ontem que não vai apresentar à Justiça um pedido de delação premiada – por meio do qual forneceria informações que ajudassem nas investigações em troca de uma pena menor. Youssef está preso há cinco meses na Superintendência da PF em Curitiba e tomou a decisão após se reunir com seu advogado ontem à tarde.

A estratégia do advogado do doleiro, Antônio Figueiredo Basto, será pedir a nulidade do processo movido contra seu cliente. Basto impetrou três pedidos de habeas corpus no Tribunal Regional Federal alegando que as interceptações telefônicas da PF foram ilegais; que a Justiça Federal do Paraná não tem competência para julgar casos de outros estados (a sede da Petrobras fica no Rio de Janeiro); e que o juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, não pode julgar o caso por ter se declarado suspeito para julgar uma ação que envolvia Youssef em 2007. "Ele [Moro] alegou questões de foro íntimo [para não julgar o caso de Youssef em 2007], a gente não sabe ainda o motivo", disse Basto. "Entendemos que, se ele declarou a parcialidade, ela é atemporal."

Costa

Na última sexta-feira, surgiu a informação que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que também foi preso na Operação Lava Jato, teria aceitado fazer um acordo de delação premiada, mas a informação não foi confirmada ontem pelo Ministério Público Federal (MPF) no Paraná. A advogada de Costa, Beatriz Catta Preta, esteve reunida com seu cliente ontem à tarde e disse que ainda não há uma decisão sobre o assunto.

"Essa é uma decisão muito pessoal do denunciado e nada foi definido. Vamos avaliar qual a melhor linha de defesa e não há qualquer proposta de acordo", disse a advogada. Se optar pela delação premiada, Costa terá de negociar as bases do acordo com o MPF, que vai avaliar que informações ele poderá prestar em troca de atenuantes à sua condição de denunciado.

Costa, Youssef e mais 44 suspeitos foram indiciados por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-diretor da Petrobras e o doleiro teriam atuado juntos na área de consultoria a empresas que teriam negócios com a Petrobras.

Pelas investigações da PF, Youssef e outros três doleiros movimentaram cerca de R$ 10 bilhões de forma atípica. Alguns indiciados foram acusados também por corrupção, formação de quadrilha e tráfico de drogas.

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