Animal

Achei um cachorro na rua, e agora?

Luisa Nucada
08/08/2015 15:01
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Abandono é considerado maus tratos e, portanto, crime. Além de ser um ato cruel, superlota os canis e “gatis” de organizações de proteção animal. (Foto: Bigstock.)
Você ouve miados ao longe em um passeio pelas ruas do bairro. Segue o som e se depara com uma caixa cheia de gatinhos. A situação hipotética é mais comum do que se pensa. Todos os dias, são encontrados filhotes e pets adultos abandonados em Curitiba e região metropolitana, conta o presidente da Associação do Amigo Animal, Marcelo Misga. O que fazer nessas circunstâncias?
A primeira orientação é procurar no entorno pela pessoa que deixou os bichos, perguntando a vizinhos e transeuntes, orienta Soraya Simon, presidente da Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba (SPAC). Caso consiga identificar o responsável, denuncie pelo telefone 156 (Central de Atendimento e Informações da capital) ou registre um boletim de ocorrência em uma delegacia, preferencialmente na Delegacia de Proteção ao Meio-Ambiente, em Curitiba.
Abandono é considerado maus tratos e, portanto, crime. Além de ser um ato cruel, superlota os canis e “gatis” de organizações de proteção animal. Atualmente, essas instituições não têm estrutura física nem condições financeiras de abrigar mais pets, segundo as entidades. A prefeitura de Curitiba não oferece um serviço de recolhimento de animais de rua. Portanto, é importante que a população se comprometa e faça sua parte, afirma Soraya: “ajudar quem está próximo é uma obrigação moral de todos”.
Lares provisórios
Caso seja inviável levar o bicho para casa, improvise um abrigo na rua, diz ela. “Faça uma barraquinha para protegê-lo da chuva, leve um cobertorzinho, dê água e comida.” Nessas situações, os vizinhos costumam ajudar também e revezam-se na atenção ao animal.
Se tiver condições, procure um médico veterinário para verificar a saúde do pet, além de providenciar vacinas, vermifugação e castração. A clínica da SPAC, por exemplo, cobra preços abaixo dos valores de mercado. Caso possa, responsabilize-se pelo bicho e faça da sua casa um lar provisório.
O passo seguinte é viabilizar uma possível adoção. “Tire fotos do animal e publique no site Adote um Bicho e no site Cãopanheiro Curitiba, por exemplo. Há clínicas e veterinários parceiros desses sites que auxiliam na divulgação”, diz Misga. A Rede de Defesa e Proteção Animal da Prefeitura de Curitiba realiza eventos de adoção mensais no Parque Barigüi, basta se inscrever, vacinar, vermifugar e castrar o bicho. O poder público municipal também tem serviços de castração e microchipagem gratuita, mas eles estão suspensos temporariamente, sem previsão de reativação.
Agora, se a intenção é adotar a própria pessoa o pet, alguns quesitos devem ser analisados. “Essa decisão tem muitos aspectos relevantes: todas as pessoas que moram na residência vão estar comprometidas em cuidar do animal? Você está adotando por livre e espontânea vontade? Também conta muito a situação da residência, se o apartamento é telado, se o andar é muito alto, se as instalações darão liberdade de ação e de acesso ao bicho”, orienta Misga.
“Anjos da guarda”
Telefones, sites e endereços valiosos na hora de ajudar um animal abandonado:
Eventos de adoção
Rede de Defesa e Proteção Animal, fone (41) 3350-8903. Em sua página do Facebook, a Rede divulga as inscrições para eventos de adoção.
Sites para adoção
Cãopanheiro. Adote Bicho.
Denúncias
Central de Atendimento e Informações da Prefeitura Municipal de Curitiba, fone 156. Delegacia de Proteção ao Meio-Ambiente, Rua Erasto Gaertner, 1261, Bacacheri, fone (41) 3251-6200.
Clínica popular
Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba (SPAC), Rua Professora Sandália Monzon, 140, Santa Cândida, fone (41) 3256-8211.
Se tiver condições, procure um médico veterinário para verificar a saúde do pet, além de providenciar vacinas, vermifugação e castração.
Se tiver condições, procure um médico veterinário para verificar a saúde do pet, além de providenciar vacinas, vermifugação e castração.
Apenas 1% dos donos deixa seu cão em creches
A DogHero, empresa on-line que oferece serviço de hospedagem para cães em casas de família, divulgou os dados de pesquisa sobre o relacionamento entre tutores e cachorros, realizada com mais de 3.824 pessoas. O dado que mais impressiona é que apenas 1% das pessoas deixa os cães em creches e serviços de day care. A maioria do público entrevistado tem entre 25 e 35 anos de idade (42%), seguidos por indivíduos de 36 e 45 anos, com 22%, e por jovens entre 19 e 24 anos, com 16% de participação nas respostas. Sobre a rotina do cão, 38% disseram passar o dia em casa com o animal. Outras 30% deixam-no sozinho e 28% o deixam o cão sob a supervisão de uma terceira pessoa.
Prêmio valoriza a qualidade de vida dos animais
A NürnbergMesse Brasil, organizadora da Pet South America, anuncia o lançamento do Prêmio Destaque Pet South “Bem-estar”. Promovido com o apoio do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo, a premiação de caráter cultural tem com o objetivo reconhecer e divulgar iniciativas que visam a melhoria do bem-estar animal. Empresas, instituições sem fins lucrativos, profissionais do setor pet e veterinário, acadêmicos e docentes podem se inscrever até 31 de agosto. O regulamento completo e o formulário para inscrição estão disponíveis no site da Pet South America. Podem ser projetos, produtos e soluções inovadoras que tenham impacto positivo na qualidade de vida dos animais.
Anvisa reduz uso de bichos em testes de produtos
A Anvisa aprovou no fim do mês passado uma norma que deve reduzir a necessidade do uso de animais em testes para pedidos de registro de medicamentos, cosméticos, produtos para saúde, produtos de limpeza, entre outros. Os métodos
alternativos ao uso de animais, já reconhecidos no país pelo Conselho Nacional de
Controle de Experimentação Animal, induzem as empresas a abandonarem o uso de animais nos casos em que há alternativas de métodos para comprovação de segurança e eficácia dos seus produtos. Há hoje 17 métodos alternativos aprovados pelo órgão, entre eles procedimentos para avaliar irritação da pele, irritação ocular, toxicidade aguda e absorção cutânea.