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Trovões, chuva, fogos de artifícios, crianças, carros. A lista de coisas que podem levar um cão a ter medo  é grande. Independente da causa, porém, é importante que o dono identifique o quanto esse medo pode afetar a vida do animal para saber se o bichinho precisa de ajuda. “Se um cachorro tem medo de fogos de artifício e, depois dos fogos, ele voltar ao [comportamento] normal, é tranquilo. Por outro lado, se ele tentar pular a janela, ou parar de comer, ficar agressivo, daí é preocupante”, diz o zootecnista especialista em comportamento animal e professor da PUCPR Paulo Parreira.

Se esse for o caso, o cachorro pode precisar passar por um tratamento de dessensibilização. “A dessensibilização consiste em expor o indivíduo ao estímulo [que causa medo], mas abaixo do limiar de resposta”, explica o especialista em adestramento da Petness, Rafael Wisneski. Se o cão tiver medos de outros animais, ele deverá ser apresentado a estes bichos a uma distância que não provoque reações e com algum estímulo positivo (um carinho ou petisco, por exemplo). Aos poucos, essa distância vai sendo diminuída até que o cão consiga conviver com outros animais.

A técnica também é recomendada quando o estímulo do medo está muito presente na vida do animal. “Eu atendi um cachorro de pelo longo que tinha medo de secador de cabelo. O que orientei ao dono? Que reapresentasse o secador desligado ao cão e, antes de ele expressar qualquer tipo de medo, dar algum petisco. Depois, ele deveria ficar com o cachorro na sala e ligar o secador no banheiro, ao mesmo tempo fazendo um carinho, dando um petisco. Até chegar no ponto em que ele consegue ligar o secador perto do animal”, exemplifica Parreira.

O método é semelhante ao utilizado para curar fobias humanas e a duração do tratamento varia de caso para caso. Conforme os especialistas, apesar de se trabalhar pela superação da fobia, por vezes ela não é alcançada. Desde que o animal aprenda a controlar o medo, no entanto, o resultado é considerado positivo.

Hora da crise

Mesmo em casos “mais controlados” – ou seja, quando o animal tem crises na hora em que está exposto aos estímulos que causam a fobia, mas depois volta ao comportamento normal – o momento da crise requer alguns cuidados especiais do dono.

Os especialistas divergem quanto à necessidade de acolhimento que o cachorro tem naquele momento. Para Wisneski, oferecer carinho ao cão neste momento não vai reforçar o medo ou comportamentos inadequados. Ele diz que é justamente o afago do dono que vai “trazer um reequilíbrio emocional para o cachorro”. O professor da PUC acredita, no entanto, que o melhor é “agir natural e tranquilamente”, porque o medo, principalmente no filhote, será alimentado pela sua reação.

Contudo, algum conforto pode – e deve – ser oferecido ao animal. “Se com chuva ou fogos você sabe que ele vai correr para baixo da sua cama, você pode deixar ali um pote de água e um cobertor”, diz Parreira, que recomenda que o cão seja deixado onde quer que tenha escolhido se esconder (desde que não haja perigo para ele), para evitar que ele tenha reações agressivas.

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