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Um prato com frango, arroz integral, abobrinha e um pouco de fígado. Parece uma refeição saudável de alguém que está de dieta, mas não. É comida para cachorro.

A tendência da alimentação natural, sem industrializados e artificiais, chegou ao mundo dos pets. Agora há quem ofereça apenas alimentos frescos, preparados e cozidos especialmente para seus cães. E nada de ração.

Um animal que segue a alimentação natural come basicamente o que nós, humanos, comemos, com algumas adaptações. É uma dieta rica em carnes, verduras, carboidratos e vísceras, preparada de maneira balanceada e própria para cães. As porções variam de acordo com o porte do animal e também podem ser preparadas previamente e congeladas.

“Além do porte, várias coisas são analisadas. O cão pratica atividade física? Qual é a sua idade? Tem doenças preexistentes? Por isso, antes de desenvolver uma dieta é importante uma consulta ao veterinário, para que o animal passe por uma bateria de exames e a gente saiba as reais necessidades dele”, afirma a “pet chef” Thaisa Salles, do Cãolinarista, especialista no assunto.

Relações públicas por formação, Thaisa trabalhava na área de gastronomia (para humanos) quando sentiu a necessidade de alimentar melhor a sua cachorra. Ali começou a estudar o assunto e abriu a Cãolinarista, em Curitiba, que além de desenvolver dietas especiais e naturais para cães, também produz petiscos saudáveis feitos à base de beterraba, abóbora e carne.

Uma refeição balanceada para cães, de acordo com os preceitos da alimentação natural, deve conter apenas carboidratos naturais, como grãos, batata doce ou batata salsa, por exemplo. Não entra no “potinho” nenhum tipo de farinha branca, processados ou macarrão.

Normalmente, o animal também tem que passar por uma complementação, principalmente de cálcio, que é um componente difícil de ser suprido com a alimentação natural. Por isso, o acompanhamento de um veterinário especializado em alimentação, no caso, um nutrólogo, é importante. Na ração, o cálcio é adicionado à fórmula de fabricação.

A principal diferença de preparação entre a comida dos humanos e dos cachorros é em relação aos temperos. “A nossa comida é muito temperada. Na deles não vai nem sal. Usamos algumas ervas frescas direto no potinho. É importante também acrescentar gordura saudável, como óleo de coco ou ômega 3”, afirma Thaisa.

Cuidados e acompanhamento

O veterinário Jorge Morais, diretor da rede Animal Place, explica que há uma tendência mundial de alimentação natural ou do uso de matéria-prima in natura, inclusive no desenvolvimento das rações. Morais destaca que esse tipo de alimentação deve ser orientada especificamente para o cão por um profissional adequado. “Não pode simplesmente cozinhar carne, arroz e cenoura achando que vai fazer bem”, destaca.

Na avaliação do veterinário, não há nenhum mal na alimentação saudável para cães, mas ela precisa cumprir as necessidades nutricionais básicas do animal. “Do mesmo modo, as rações também evoluíram bastante e hoje existem bons produtos que suprem as necessidades do pet de forma correta, mais prática e menos perecível que a alimentação natural”, diz.

O profissional destaca a importância de não tratar a alimentação natural como modismo e respeitar a orientação técnica. “Em animais que têm limitações digestivas a alimentação natural vai bem, mas ela não é a solução para todos os problemas. É importante ver também qual modo de alimentar seu cão se adapta melhor ao seu estilo de vida”, diz.

8 alimentos proibidos para cachorros:

– Carambola

– Uva

– Pimenta

– Batata crua

– Tomate

– Abacate

– Abacaxi

– Laranja e outras frutas cítricas

Serviço
Neste sábado (22), a Cãolinarista realiza um curso voltado para quem quer aprender a cozinhar para seu cão. O evento acontece no Bonn Markt, no Bom Retiro, a partir das 9 horas. Ingressos a R$ 85. Vagas limitadas. Mais informações aqui.

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