Antes de correr, cachorros também precisam de avaliação clínica

Os whippets, Oliver, de quase dois anos, e Dexter, 1 ano, frequentam os parques Tingui ou São Lourenço, em Curitiba, pelo menos três vezes por semana para acompanhar a tutora, a psicóloga Thais Krukoski, nas atividades físicas. Thais queria voltar a correr e encontrou nos mascotes a parceria perfeita para sair do sedentarismo e fazer atividades físicas regulares com os cães.

“Meus cães corredores, durante o exercício, trotam enquanto eu corro”, conta Thais Krukoski, psicóloga.

Thais mora em apartamento e sabia da importância em oferecer atividades físicas para que os pets pudessem gastar energia, se desenvolver de maneira equilibrada e evitar destruições dentro de casa. Além das corridas periódicas, Oliver e Dexter fazem caminhadas diárias pelo bairro, passeios no Parcão atrás do Museu Oscar Niemeyer (MON) aos finais de semana e frequentam uma “creche” em uma chácara três vezes na semana.

Para os especialistas, a prática de exercícios regulares do tutor com o seu cachorro promove benefícios para a saúde física e mental do animal. Atividades de baixa intensidade, como as caminhadas, são recomendadas a qualquer tipo de animal, desde que ele não apresente doenças crônicas. No caso de esportes mais intensos, os cães devem ser submetidos a uma avaliação clínica mais rigorosa, com exames específicos solicitados pelo médico veterinário.

É muito fácil perceber se o cachorro está curtindo ou não a novidade, porque eles demonstram facilmente insatisfação: interrompem a caminhada repentinamente, sentam ou deitam e deixam de obedecer os comandos de caminhar; passam a pedir colo ou tentar voltar para o caminho de casa. Se perceber qualquer coisa estranha, leve-o ao veterinário. 

Criados originalmente para caçar coelhos e lebres na Inglaterra, o whippet é considerado o cão mais veloz em distâncias curtas, podendo atingir 60 km/h, o equivalente ao limite máximo de velocidade nas principais vias de Curitiba.

No Brasil, as raças de cães são classificadas em 11 grupos diferentes pela Confederação Brasileira de Cinofilia, conforme as “características de atuação”. E, ao adquirir um animal, além de ver as questões de raça, tamanho e temperamento, é importante avaliar a qual desses grupos pertence. Um cão de pastoreio, por exemplo, como o border collie, vai precisar de espaços amplos e muita atividade para se sentir “útil”, pois é um cão de trabalho.

Beagle, perdigueiro, border collie, pastor alemão, dálmata e rottweiler são consideradas raças de alto nível de rendimento físico para a prática desportiva.

Na hora de levar seu cachorro para se exercitar, alguns cuidados são muito importantes:

– manter o animal sempre bem hidratado;

– oferecer água fresca durante o passeio;

– se o exercício for de longa duração, levar um pequeno lanche;

– evitar a prática de exercícios intensos nos horários mais quentes do dia e sob a exposição do sol, pois os cães têm dificuldade para trocar o calor (suam apenas pelas patas e trocam calor pela respiração) e podem superaquecer e ter graves problemas de saúde decorrentes deste superaquecimento.

Fontes: médicas veterinárias Mhayara Samile de Oliveira Reusing, especialista em Fisiatria Animal da Pet Fisio; e Patrícia Erdmann Mosko, médica veterinária especialista nos hospitais veterinários Clinivet e Batel e professora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Positivo (UP).