Uma cadelinha teve um pedaço da língua cortado durante uma sessão de banho e tosa em um pet shop de Curitiba na última quarta-feira (4). O caso foi relatado pela tutora do animal, Gabriela Ferreira Kavalkievicz, 19, através de um grupo de reclamações no Facebook com quase 130 mil participantes. Segundo Gabriela, a pequena Valentina, uma Shih Tzu de nove meses, foi levada a um pet shop diferente do qual estava acostumada a frequentar. “Resolvi levá-la em outro lugar porque ela voltava sempre com muitos nós”, disse em entrevista por telefone ao Viver Bem. Ela marcou um horário no Catarina Pet Escola e Estética Animal, no Xaxim, às 16h e voltou pouco antes das 18h para pegar Valentina.
Após uma hora de espera, Gabriela desconfiou que algo havia acontecido. Quando entrou no local, o responsável pela tosa disse que ocorrera um acidente, com justificativas de que a cadela era “muito agitada” e “fazia muito escândalo”. Ele estava fazendo o acabamento do focinho com uma tesoura e no mesmo instante a cadela colocou a língua para fora. Como tudo aconteceu muito rápido, o profissional cortou uma parte da língua de Valentina.
A cadela foi imediatamente atendida pela médica veterinária do pet shop, mas Gabriela reprovou a atitude. “Imagine se ela tivesse alguma alergia ao medicamento?”, questiona. “Na hora, nem desculpas pediu. Só foi pedir quando vimos o tamanho do corte e ligamos para avisar que levaríamos ela no veterinário e que a conta iríamos mandar para ele. Ele disse que ela já estava medicada por eles e que disponibilizava um veterinário caso ela piorasse”, escreveu, no relato.
Gabriela e o pai decidiram levar a cadela a uma clínica veterinária. Lá, além dos procedimentos médicos, o veterinário responsável escreveu um laudo para que fosse realizado um boletim de ocorrência sobre o caso.
A tutora conta que Valentina passou a noite em claro, fazendo barulhos estranhos e, até hoje, está muito diferente. “Ela é filhote e costuma ser muito animada, sempre quer brincar, mas agora só fica no meu colo e só come quando dou na boca”, afirmou, complementando: “Já trabalhei por quase dois anos em pet shop e sei que esse tipo de acidente pode sim acontecer, mas nunca um pedaço de língua cortada”.
O outro lado
“Eu trabalho com materiais cortantes e infelizmente existe o risco de acidentes. Ninguém corta uma língua porque quer”, diz Peterson José da Silva, 32. Durante os 10 anos de profissão, ele nunca havia passado por algo semelhante. “Passei a noite em claro no dia em que aconteceu. Ficava imaginando o corte na minha língua, pensando no sofrimento da Valentina. Eu nunca cortei um cachorro antes”, desabafa.
Especializado em tosas artísticas e vencedor de campeonatos do meio pet, ele conta que passou quase três horas desembolando os nós da cachorra e, nos minutos finais, quando ajeitava os detalhes do focinho, a Shih Tzu pôs a língua para fora. “Fiquei bem triste e abalado. Tanto que só fui me dar conta de ter cobrado pelo serviço no dia seguinte”, diz. Silva tentou entrar em contato com Gabriela e seu pai, mas nenhum dos dois atendeu.
Em relação ao suposto curso que estaria ministrando enquanto tosava Valentina, ele é categórico. “Eu não estava dando curso nenhum. Tenho câmeras aqui que comprovam que as únicas pessoas que estavam na loja eram a veterinária do pet shop e seu marido e mais duas clientes.“ Segundo o instrutor, os animais que participam das aulas de tosa vêm de ONGs ou de clientes que autorizam o uso de seus pets por escrito.
O pet shop removeu a fanpage do Facebook e está tomando ações legais contra os comentários agressivos e ameaças que tem recebido nas redes sociais. Antes disso, publicou uma nota de esclarecimento (a publicação não pode ser lida por completo). Veja também o post original da tutora sobre o caso:
Confira, a seguir, parte do relato de Gabriela:
LEIA TAMBÉM
>>> Cartórios do Paraná vão emitir registro de nascimento a animais de estimação
>>> Rottweiler chama atenção dos pais e salva criança de convulsão
>>> Jogo dos 7 erros: ensaio fofo mostra semelhanças de animais de diferentes espécies
-
Green Deal Global, COP30 e biodiversidade: o que Macron e Lula acordaram sobre a Amazônia
-
Filho do traficante Marcinho VP vira rapper de sucesso idolatrando o tio Elias Maluco, assassino de Tim Lopes
-
Mauro Cid, a prisão e o sigilo
-
“Miami do Sul” tem praias naturais, ilhas exclusivas e terrenos de R$ 3 milhões
Deixe sua opinião