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Cães e gatos também podem fazer quimioterapia

Felipe Martins, especial para a Gazeta do Povo
07/03/2017 09:22
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Tratamento deve ser iniciado o quanto antes. Foto: Bigstock

O tratamento oncológico veterinário ainda é considerado recente no Brasil, mas está se popularizando e salvando vidas. “A cultura de só buscar orientação médica em fase avançada ainda é um grande empecilho. Ainda batalhamos contra a cultura de que câncer não tem cura e também com a demora em procurar ajuda. O tutor tem que entender que o animal é um ser vivo e também sofre. Quanto mais rápido a doença for diagnosticada e o tratamento iniciar, maiores as chances de cura”, explica professor Jorge Castro, do Hospital Veterinário da PUCPR.
Antes de começar o tratamento, também é necessário dar apoio psicológica ao tutor. “Somos bem sinceros com o proprietário sobre prognóstico e curabilidade, e sobre implicações emocionais e financeiras. Tudo é avaliado, e a decisão final é oferecia ao dono do animal. Como os pets são cada vez mais membros da família, a maioria das pessoas acaba procurando o tratamento, mesmo diante de casos de perspectiva baixa”, completa Thiago Sillas, oncologista da Clinivet em Curitiba
A quimioterapia em cães e gatos é utilizada para que os animais respondam melhor ao tratamento de doenças como câncer e tumores. Também é parte de tratamentos chamados multimodais, quando a quimioterapia é utilizada como complemento. “A escolha pelo tratamento depende do tipo da doença. Em alguns tumores, a cirurgia é a melhor opção. Em partes do corpo que a cirurgia é invasiva, optamos por radioterapia, por exemplo”, explica Jorge Castro, do Hospital Veterinário da PUCPR.
Medicamentos utilizados no tratamento de animais são os mesmos que de seres humanos, mas em dosagens mais baixas (Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo)
Medicamentos utilizados no tratamento de animais são os mesmos que de seres humanos, mas em dosagens mais baixas (Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo)
Em casos que o tumor ou em que o câncer possam voltar, a quimioterapia é utilizada em conjunto com a cirurgia para tentar frear o processo da doença. “Assim como nos humanos, nosso objetivo é buscar a cura ou transformar a doença aguda em doença crônica quando o estágio está avançado. A ideia é tornar o convívio com a doença possível“, diz Thiago Sillas.
Em comparação com os seres humanos, há mais semelhanças do que se possa imaginar. Nos animais, os casos mais comuns são ligados à pele e nas fêmeas, câncer de mama.  E parte dos medicamentos quimioterápicos é utilizada tanto para cães e gatos como para homens e mulheres, mudando a dosagem.
Por este motivo, os efeitos colaterais são menos comuns se comparados aos humanos. “A porcentagem dos efeitos é muito menor que nos humanos por conta da dosagem de medicamentos. Em geral são casos de vômito e diarreia, em intensidade menor quando comparado com pessoas, depressão de células da medula óssea e bem raramente há queda de pelos, dependendo muito da raça”, comenta Thiago.

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