Animal
Cães e gatos também podem fazer quimioterapia
Tratamento deve ser iniciado o quanto antes. Foto: Bigstock
O tratamento oncológico veterinário ainda é considerado recente no Brasil, mas está se popularizando e salvando vidas. “A cultura de só buscar orientação médica em fase avançada ainda é um grande empecilho. Ainda batalhamos contra a cultura de que câncer não tem cura e também com a demora em procurar ajuda. O tutor tem que entender que o animal é um ser vivo e também sofre. Quanto mais rápido a doença for diagnosticada e o tratamento iniciar, maiores as chances de cura”, explica professor Jorge Castro, do Hospital Veterinário da PUCPR.
Antes de começar o tratamento, também é necessário dar apoio psicológica ao tutor. “Somos bem sinceros com o proprietário sobre prognóstico e curabilidade, e sobre implicações emocionais e financeiras. Tudo é avaliado, e a decisão final é oferecia ao dono do animal. Como os pets são cada vez mais membros da família, a maioria das pessoas acaba procurando o tratamento, mesmo diante de casos de perspectiva baixa”, completa Thiago Sillas, oncologista da Clinivet em Curitiba
A quimioterapia em cães e gatos é utilizada para que os animais respondam melhor ao tratamento de doenças como câncer e tumores. Também é parte de tratamentos chamados multimodais, quando a quimioterapia é utilizada como complemento. “A escolha pelo tratamento depende do tipo da doença. Em alguns tumores, a cirurgia é a melhor opção. Em partes do corpo que a cirurgia é invasiva, optamos por radioterapia, por exemplo”, explica Jorge Castro, do Hospital Veterinário da PUCPR.
Em casos que o tumor ou em que o câncer possam voltar, a quimioterapia é utilizada em conjunto com a cirurgia para tentar frear o processo da doença. “Assim como nos humanos, nosso objetivo é buscar a cura ou transformar a doença aguda em doença crônica quando o estágio está avançado. A ideia é tornar o convívio com a doença possível“, diz Thiago Sillas.
Em comparação com os seres humanos, há mais semelhanças do que se possa imaginar. Nos animais, os casos mais comuns são ligados à pele e nas fêmeas, câncer de mama. E parte dos medicamentos quimioterápicos é utilizada tanto para cães e gatos como para homens e mulheres, mudando a dosagem.
Por este motivo, os efeitos colaterais são menos comuns se comparados aos humanos. “A porcentagem dos efeitos é muito menor que nos humanos por conta da dosagem de medicamentos. Em geral são casos de vômito e diarreia, em intensidade menor quando comparado com pessoas, depressão de células da medula óssea e bem raramente há queda de pelos, dependendo muito da raça”, comenta Thiago.