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Foto: Jennifer Regnier / Unsplash
Foto: Jennifer Regnier / Unsplash| Foto:

Castração animal é coisa séria. Quem tem pet em casa ou está pensando em adotar precisa se informar sobre o assunto. O procedimento, indicado para cães e gatos, é altamente recomendado por inúmeras razões. A principal é prevenir o surgimento de câncer e outras doenças, o que ajuda a aumentar a longevidade do pet. Em alguns casos, a castração é capaz de reduzir as chances de tumores malignos em até 99%.

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Idade certa

“A indicação é fazer a castração de cães e gatos antes ou logo após a puberdade, por volta dos seis a oito meses”, explica Bernardo Dagostim, médico veterinário da Petland Batel. Porém, a literatura não tem consenso sobre o período exato, segundo o especialista.

Estudos mais recentes recomendam o procedimento entre o primeiro e o segundo cio de cadelas. “Nesta fase, o fato de terem passado pelo primeiro cio já faz com que o trato urinário e reprodutor estejam bem desenvolvidos”.

No caso de cães de grande porte, cuja fase de crescimento pode se estender até por volta de dois anos de idade em algumas raças, é indicado esperar. “A estimulação hormonal que acontece na puberdade é importante em alterações morfológicas normais do crescimento”, diz o veterinário.

Foto: Nirzar Pangarkar / Unsplash
Foto: Nirzar Pangarkar / Unsplash

A castração previne o câncer e outras doenças

Verdade. A principal vantagem de fazer a castração de fêmeas, segundo Dagostim, é a alta redução de incidência de câncer de mama. “Nas gatas, o procedimento feito antes dos seis meses reduz a chance de câncer em 91%. Se for feito depois de um ano, o número cai para 11%”, informa.

Os dados relacionados às cadelas também impressionam. Quando castradas antes do primeiro cio, têm apenas 0,5% de chance de desenvolverem câncer de mama. “Depois do segundo cio, o risco é de 8%; após o terceiro, sobe para 26%”, diz o veterinário. Nos machos, a castração previne o câncer de próstata.

O procedimento também é indicado para evitar outras doenças graves e comuns, como a piometra (uma infecção bacteriana no útero). Por conta disso, a castração é capaz de aumentar a longevidade do animal.

Foto: Samantha Scholl / Unsplash
Foto: Samantha Scholl / Unsplash

Ao castrar um animal, ele fica mais calmo.

Depende. “Muitas pessoas têm queixas de problemas comportamentais e acreditam que a castração vai resolver, mas não é bem assim”, explica o veterinário.

O que melhora, de fato, são atitudes relacionadas à atividade hormonal: marcação de território através da urina (cães), o hábito de “montar” em pessoas e objetos (cães), passeios noturnos e miados referentes à atividade sexual (gatos).

Por outro lado, comportamentos como agressividade e ansiedade talvez continuem ocorrendo. “É uma questão comportamental, não hormonal. Varia muito de animal para animal, mas a castração não tem este fim”, afirma explica Vivien Morikawa, chefe da Rede de Proteção Animal da Prefeitura de Curitiba e professora do curso de medicina veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

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As fêmeas precisam ter pelo menos uma ninhada antes de serem castradas

Mito. “Muita gente imagina que ter cria ajuda a minimizar as chances de ter câncer, mas isso não é verdade”, categoriza Dagostim.

Só o fato de esperar uma fêmea ficar prenha já pode prejudicar nessa questão, pois é preciso aguardar o segundo e o terceiro cio para o cruzamento. Antes disso, o risco de complicações da gestação animal é grande.

Foto: Jonas Vincent / Unsplash
Foto: Jonas Vincent / Unsplash

Cães castrados perdem a masculinidade

O mito, que faz com que muitos tutores deixem de castrar seus pets, é perpetuado principalmente por parte de homens, segundo os especialistas.

Eles relacionam a castração animal à virilidade masculina. A gente explica que isso não acontece dessa forma”, explica Morikawa.

Os conceitos de “prazer sexual” e “masculinidade” são relacionados aos seres humanos. “Os animais cruzam por instinto. Assim que os hormônios sexuais param de ser produzidos, automaticamente cessa a necessidade. Não é algo que eles vão buscar por prazer”, explica Bernardo Dagostim.

Animais castrados engordam

Verdade. Após o procedimento, a tendência é que eles ganhem peso mais facilmente. Porém, com alimentação equilibrada e atividades físicas regulares é possível controlar a situação. “Hoje, há inúmeras opções no mercado de rações com teor calórico menor”, lembra o veterinário.

Foto: Marcus Wallis / Unsplash
Foto: Marcus Wallis / Unsplash

Prefeitura pretende castrar 60 mil animais até 2020

No ano passado, Curitiba bateu o recorde de castrações realizadas gratuitamente. Foram oito mil, ao todo, segundo dados da Rede de Proteção Animal (RPA). Para 2018, a meta é ainda maior: o objetivo é castrar 17 mil animais. “Com certeza vamos conseguir. Entre janeiro e março já castramos quase três mil”, afirma Vivien Morikawa, chefe da RPA da Prefeitura de Curitiba.

Por dia, são realizadas de 50 a 200 castrações nos dois castramóveis que atuam nas áreas de vulnerabilidade social da cidade. O procedimento é feito gratuitamente, com anestesia e pré-consulta. Para isso, os tutores precisam se cadastrar no site da Rede de Proteção.

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