Animal

De jato a iate: as férias dos cães milionários pelo mundo

Carolina Kirchner Furquim, especial
11/07/2016 22:00
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Foto: Reprodução/Instagram @dogswithmoremoneythanyou, Rich Dogs of London, @badgley_mischka_ e @call.me.casey

Festas na piscina, jatos particulares e cruzeiros regados a (muito!) champanhe. Se essa descrição se parece com as férias dos sonhos de muita gente, saiba que é a realidade de cães milionários ao redor do mundo e que têm, registrados no Instagram, os melhores momentos de suas férias de verão (no hemisfério norte).
A vida glamourosa que estes animais levam ao lado de seus donos inclui passeios em iates, acessórios da moda e carros de alto luxo. E a ostentação parece não ter fim: cada movimento dos cãezinhos é capturado para que receba tantos likes quanto possível. Alguns deles contam até mesmo com perfis próprios na rede social.
Confira algumas destas fotos:
Foto: Reprodução/Instagram Rich Dogs of London
Foto: Reprodução/Instagram Rich Dogs of London
Foto: Reprodução/Instagram Rich Dogs of London
Foto: Reprodução/Instagram Rich Dogs of London
Foto: Reprodução/Instagram Rich Dogs of London
Foto: Reprodução/Instagram Rich Dogs of London
Foto: Reprodução/Instagram Rich Dogs of London
Foto: Reprodução/Instagram Rich Dogs of London
Foto: Reprodução/Instagram @hadleythemalshi
Foto: Reprodução/Instagram @hadleythemalshi
Excessos
Ainda que as fotos pareçam “fofas” à primeira vista, a questão destes excessos vale uma reflexão. Segundo Gisele Spreamédica veterinária especialista em comportamento animal da Ethos Animal, os momentos registrados nas fotos acima representam exclusivamente uma necessidade do ser humano, nunca dos cachorros. “Chamamos antropomorfismo a atribuição de características e aspectos do homem a animais. Com o tempo, este comportamento pode gerar, no cão, conflitos de compreensão de suas próprias necessidades em função da falta de contato com seus semelhantes”, diz Gisele.
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O adestrador Aguinaldo Diniz corrobora esta opinião. “A convivência é uma necessidade que precisa ser suprida no cão moderno. Muitos cães passam uma vida toda sem ter contato com outros cachorros, somente com humanos, e é exatamente onde mora o problema. Precisamos sociabilizar nossos cães, mesmo que tenhamos um só cão em nossa casa”, avalia.
Uma existência que leva em conta somente o olhar do humano sobre o animal e acaba por negligenciar a natureza do próprio bicho, segundo Gisele, pode provocar extremo estresse, problemas de comportamento, condições alimentares inadequadas para as necessidades nutricionais da espécie, ansiedade, compulsão, doenças dermatológicas, entre muitos outros problemas. “Cães que não vivem como tal correm o risco de perder a referência de identidade da espécie e passar a viver em um contexto de conflito e sofrimento. Muitas vezes não cavam, não correm e acabam vivendo experiências muito além das essenciais, que não condizem com seu gênero”, coloca a veterinária.
E quando os cães demonstram precisar de ajuda “psicológica”, percebe-se que o problema não está somente neles. “Por haver este vínculo, muitas vezes os donos também requerem acompanhamento. O homem precisa entender que o que é simples para ele, é muito rico para o cão”, conclui Gisele.
Contraste
Milhões de animais em todo o mundo vivem em situações extremamente opostas àquelas apresentadas no início da matéria. Abandonados, negligenciados, feridos, desnutridos ou vítimas de todo tipo de violência, suas vidas dependem da mobilização de pessoas, grupos, empresas e ONGs que se destinam a salvá-los. Conheça alguns em Curitiba que precisam de ajuda para seguir com suas atividades de proteção: