Animal

Família peruana encontra puma debaixo da mesa da cozinha

AFP com Redação
11/10/2016 14:30
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(Foto: VisualHunt)

Uma família dos Andes peruanos que saiu de casa para fazer compras e, ao voltar, encontrou um puma que entrou na casa e se acomodou debaixo da mesa da cozinha. Segundo imagens do Canal N, o animal aparentemente entrou por uma janela aberta, ficou rugindo e não saiu do lugar.
Veterinários de uma faculdade de Ayacucho, sudeste do país, foram chamados e precisaram de 12 horas para controlar a situação e sedar o felino, que foi levado para um zoológico.
O animal tem cerca de quatro anos, segundo agentes ecológicos, e pode ter fugido dos incêndios florestais que nesta época do ano atingem parte da selva dos Andes, habitat desta espécie. O puma andino em alguns territórios é considerado um animal em perigo de extinção.
Mas, o que fazer se encontrar um animal silvestre no Brasil? 
Encontrar corujas, gaviões, filhotes de aves, mamíferos e répteis não é uma ocorrência incomum. Com o crescimento indiscriminado das cidades sobre as áreas de matas preservadas, os animais acabam se infiltrando nas regiões urbanas. “São animais à procura de alimento, bichos da mesma espécie, abrigo ou apenas um ponto de fuga da pressão exercida sobre eles”, avalia a médica veterinária Ana Carolina Fredianelli.
Uma vez encontrado um animal machucado ou em situação de risco, a providência imediata é acionar a Polícia Militar Ambiental, órgão que vai fazer o recolhimento eencaminhamento ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). O único Cetas do Paraná é mantido pela PUCPR em parceria com o Ibama em Tijucas do Sul, a 50 km de Curitiba.
“O Cetas recebe animais de pessoas físicas que desejam efetuar a entrega voluntária de bichos ilegais ou encontrados feridos e procede com a triagem, identificação, tratamento, reabilitação e destinação”, explica Ana Carolina, que também é a coordenadora técnica do local.
Algumas espécies podem ferir gravemente pessoas não treinadas para o manejo correto ou ainda transmitir zoonoses importantes, como a raiva.
(Foto: VisualHunt)
(Foto: VisualHunt)

Portanto, não se deve nunca manipular ou acariciar o animal, tampouco tratá-lo por conta própria, para evitar o estresse e o risco de choque.

“Também alertamos quanto ao recolhimento precoce de filhotes de aves. Se eles estiverem em um ninho ou no chão sem a mãe, ela pode ter ido apenas buscar alimentos. É preciso observar”, acrescenta a veterinária.
Situação
A maior parte dos animais do Cetas, que não é aberto para visitação, é procedente de apreensões realizadas por órgãos fiscalizadores. São, em média, 30 por semana, que chegam doentes, desnutridos, mutilados, órfãos ou vítimas de traumas. Entre cerca de mil animais, atualmente o centro de triagem cuida de bugio-ruivos (espécie de primatas ameaçada de extinção), gato-do-mato-pequeno, gavião-pega-macaco e macacos-prego.

Posso ficar com ele?

NÃO. Manter em cativeiro e cuidar de qualquer animal da fauna silvestre nativa brasileira sem licença dos órgãos estaduais ou federais de meio ambiente é ilegal e crime previsto em lei.
Acione a Polícia Ambiental pelo telefone (41) 3299-1350 e siga as instruções. Se for uma denúncia, as informações serão mantidas em sigilo absoluto.
Um animal precisa de assistência se: estiver parado e não responder a estímulos, estiver ferido, apático ou com sangramento, apresentar dificuldades respiratórias e se for animal adulto e facilmente capturado.