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Guia de primeiros socorros para o seu pet

Camila Rehbein
24/03/2016 11:20
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Foto:Librestock | Karolina Grabowska STAFFAGE

Ter um animal de estimação não se resume apenas a dar todo o conforto para ele ou até mesmo comida, água e petisco. Nos momentos em que as coisas não vão bem e seu pet sofre algum acidente, por exemplo, é muito importante saber o que fazer até o veterinário chegar ou você conseguir leva-lo para a clínica mais próxima. Por isso, o Viver Bem te mostra como realizar os primeiros socorros para o seu pet para evitar complicações e até mesmo salvar a vida deles.

Intoxicação e Envenenamento:

A primeira coisa que deve ser analisada é o estado em que o pet se encontra. Os principais sintomas de intoxicação são: vômito, salivação descontrolada – quando o animal fica babando demais -, tremores e diarreias acompanhadas ou não de sangue. “Por serem muito curiosos, muitas vezes eles acabam ingerindo substâncias tóxicas, como água sanitária, ou até mesmo alimentos inapropriados como chocolate, por exemplo”, explica a médica veterinária e diretoria da clínica CETAC, Elaine Pessuto.
No caso de ingestão de substâncias não abrasivas, como plantas e veneno de rato, a indução do vômito é a primeira atitude a ser tomada. Ela pode ser feita administrando uma dose de água oxigenada 10 volumes e salmoura morna. “No caso da água oxigenada, o gosto é horrível e é essa a intenção mesmo. Porque quanto pior for o gosto para o animal mais fácil ele irá contrair o estômago para eliminar a substância e irá vomitar tanto o veneno quanto a água oxigenada”, pontua. Para a salmoura a ideia é a mesma: a medida ideal são de 2 a 3 colheres de sal para um copo americano de água morna. Se tiver uma seringa para a administração das doses, melhor. Vale ressaltar que esses procedimentos são eficazes em até 2 horas da ingestão da toxina.
Se o seu pet ingeriu substâncias abrasivas, com água sanitária ou qualquer outro produto de limpeza, não induza o vômito. Para dar os primeiros socorros nesses casos, use uma seringa para administrar uma dose de clara e ovo. Se você tiver em casa comprimidos de carvão ativado, dê uma unidade para o seu pet. “O carvão ativado se gruda as toxinas liberadas pela substância tóxica e ajuda na eliminação junto com as fezes”, explica Pessuto.

Cortes e Ferimentos

Para oferecer os primeiros socorros nos casos de cortes e ferimentos, é importante lavar bem o ferimento para poder avaliar se o corte é realmente amplo e o quão profundo é. Depois dessa avaliação, limpe bem o local com um antisséptico para evitar que bactérias de instalem dentro do ferimento e causem inflamação no local.
“Se o dono simplesmente fechar o ferimento sem tomar esses cuidados, essas bactérias copulam e se proliferam lá dentro, o que leva a inflamação, produz pus e destrói o tecido”, ressalta a especialista. Para estancar o sangramento, use gaze fazendo compressão no local por mais ou menos 1 minuto, solte e verifique se o fluxo diminuiu. Depois passe o antisséptico e tire todas as sujidades – restos de grama, terra e gravetos – e lave em abundância e de forma profunda para tirar qualquer resto de resíduo.
Para fechar o ferimento até o veterinário chegar, use papel isofilme, pois ele ajuda a fixar a pele no lugar.

Sufocamento/Asfixia

Um dos casos mais recorrentes quando se trata de cães e gatos, o sufocamento pode acontecer de diversas maneiras, principalmente quando eles estão brincando com uma bolinha ou outro brinquedo que possa ocasionalmente se fragmentar, por exemplo. Essa é uma das situações que podem levar à morte do seu pet e a rapidez no atendimento é essencial para salvar a vida dele.
Normalmente, eles mudam de atitude quando algo está errado. “Muitas vezes, eles começam a andar pra trás, tentar balançar a cabeça e, às vezes, quando o fragmento é grande começam a passar a pata na lateral da face”, acrescenta Elaine Pessuto. A mudança de cor da mucosa, língua e até gengiva para uma tonalidade azulada também são indícios de que seu pet está sufocando com alguma coisa. Se você não conseguir ver o objeto, pegue-o pelas pernas de trás e o coloque de ponta cabeça – movimento que normalmente também é feito em bebês – e dê um tapa firma nas costas do animal.
Importante: ele não pode chacoalhar com o tapa, pois em alguns casos a coluna pode ser fraturada.

Parada Cardíaca

Não é só em humanos que a parada cardíaca precisa de atenção e cuidados. Quando seu animal de estimação sofrer desse problema, fazer a massagem cardíaca de forma adequada pode salvar a vida dele. Diferente do procedimento feito em humanos, a massagem deve ser feita com o cão deitado de lado localizando o coração, que fica logo após o final do “cotovelo” no final da extensão da perna do cão.
As palmas da mão ficam sobrepostas e os braços estendidos. “É o seu corpo que vai dar a pressão necessária, não a sua mão”, pontua. A frequência cardíaca dos pets é um pouco maior, então o indicado é conseguir fazer 100 vezes o movimento de pressão durante 1 minuto.

Fratura

Cães e gatos podem sofre fraturas em diversas situações do dia a dia e pode acontecer devido a quedas, lesões ou em casos mais graves, como atropelamento. O primeiro passo é identificar o tipo de fratura, pois o local definirá como será a tala para imobilizar o animal até o atendimento. É importante ir apalpando desde a patinha, pois muitas vezes ele está mancando não por ter quebrado a perna, mas sim deslocado a unha. Ao mexer, muitas vezes é possível sentir os ossinhos de movendo.
As talas podem ser feitas de jornal, que nos casos das pernas anteriores deve ser posicionada do cotovelo até o final da pata, Após posicionar, fixe com um esparadrapo. Em caso de fraturas altas, imobilize as duas patas da frente unindo-as com o esparadrapo.