Animal

Não negligencie os vômitos do seu pet

Carolina Kirchner Furquim, especial
03/06/2016 09:00
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Foto: Bigstock

Ocorrência comum em cães e gatos, os vômitos por vezes têm sua investigação negligenciada pelos tutores de animais. Quando se tornam frequentes ou estão associados a outras manifestações clínicas, devem ser avaliados. O vômito frequente pode causar desidratação e relacionar-se a alguma doença sistêmica ou do trato gastrointestinal.
A associação do vômito a qualquer outro sintoma clínico deve ser encarada pelo dono do animal como um motivo para visitar o médico veterinário. Os sinais mais comuns aos quais é preciso estar atento envolvem apatia, redução ou ausência do apetite (anorexia), dor abdominal e diarreia. Entretanto, variam conforme a provável origem do vômito.
Se ocasional, geralmente o refluxo do conteúdo estomacal está relacionado a algo que o animal ingeriu e causou indisposição. O acompanhamento e definição do problema são exclusividades do médico veterinário, em especial para excluir possíveis correlações a outras doenças. As condições mais comumente associadas ao vômito são doenças infecciosas, parasitárias, gástricas, intestinais, renais, hepáticas, pancreáticas, endócrinas, uterinas e neoplásicas. Também entram na conta intoxicações, efeitos colaterais de medicamentos e dietas incorretas.
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Uma vez que apresente este comportamento corriqueiramente, o correto é realizar uma triagem geral que inclui hemograma completo, bioquímica sanguínea, exame de urina e exames de imagem. Os resultados dos testes, associados a possíveis sinais clínicos são essenciais para o estabelecimento do diagnóstico correto.
Cor e conteúdo
Os vômitos podem ser alimentares, espumosos ou biliosos. Algumas características do material expelido pelo animal devem ser observadas, tais como cor, aspecto e conteúdo. O médico veterinário também vai investigar a presença de sangue, que se manifesta através de vômitos com coloração de borra de café ou avermelhada. Se houver e ocorrer após a alimentação, pode indicar doença esofágica, especialmente se os episódios de regurgitação estiverem acompanhados de emagrecimento progressivo e apetite voraz.
Vômito em jato, somente ele, não é utilizado pela medicina veterinária como um fator prognóstico, embora sinalize, na maior parte das vezes, obstruções gastrointestinais e dilatações gástricas. É importante que o tutor também saiba distinguir o vômito das bolas de pelos expelidas por gatos, uma situação relativamente comum em felinos de pelos longos.
Buscando ajuda
Se o animal ingerir acidentalmente alguma planta ou substância, ou até mesmo em casos de envenenamento, a recomendação imediata é procurar auxílio do médico veterinário. Somente um profissional poderá identificar o agente tóxico e proceder, ou não, com o estímulo ao vômito e outras medidas que diminuam a absorção da toxina. Quanto mais rápida for a busca por atendimento, menor será a absorção pelo organismo e menos manifestações clínicas o animal apresentará.
FONTES: Carolina Zaghi Cavalcante, médica veterinária e professora adjunta do curso de Veterinária da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e Raquel Sillas, médica veterinária do Hospital Veterinário Batel (HVB).