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O preço por crescer demais
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O responsável pelo setor de medicina veterinária do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Ricardo Vilani, fala que só lá são entre 60 e 70 animais, a maioria entregue pelos donos ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e encaminhados ao Cetas. “As pessoas não têm a exata noção do que estão levando para casa ao comprar este tipo de animal. Eles crescem demais, vivem demais (podem chegar aos 30 anos) e demandam amplo espaço, o que, mais tarde, torna-se um empecilho para o dono”, afirma.

O veterinário diz ainda que pior que abandonar estes quelônios no Ibama e em zoológicos é soltá-los na natureza. Tanto a tigre d’água brasileira, espécie que pode ser comercializada no país, quanto a americana, exemplar que tem sua comercialização proibida por ser considerado animal exótico, podem, se soltas fora de seus habitats naturais, causar grandes prejuízos ao meio ambiente. “Mesmo a nacional não deve ser inserida na natureza pelo fato de que, por ser um animal que originalmente não faz parte da fauna de todo o país, mas só do Rio Grande do Sul, pode causar um grande desequilíbrio. A americana, então, nem se fala.”

A bióloga e analista ambiental do Núcleo de Fauna da Superintendência do Ibama no Paraná, Thaís Michele Fernando, explica que estes animais, quando introduzidos em novos ambientes, passam a concorrer com outras espécies na busca de alimentos. “Há o risco de haver uma quebra no equilíbrio da cadeia alimentar e até mesmo ameaça de extinção das espécies nativas”, fala. Thaís reforça que, ao decidirem adquirir uma tartaruga como animal de estimação, as pessoas devem ter consciência de que deverão cuidar dela até o fim. “Mas se mantê-la em casa for impossível, o melhor é que ela seja entregue ao Ibama”, defende.

Procedência

Tão importante quanto cuidar bem da tartaruga é adquirí-la apenas de criadores devidamente registradas e autorizadas pelo Ibama. Thaís reforça que somente a tigre d’água brasileira pode ser comercializada no país. “Entre elas há pequenas diferenças. A americana, por exemplo, tem manchas vermelhas nas laterais da cabeça enquanto a nacional tem manchas amarelas. As manchas da parte inferior do casco também diferem: as da brasileira são maiores e mais unidas”, descreve.

Ela assegura que a melhor garantia é comprar animais com nota fiscal e certificado de procedência. E adverte: “comercializar, criar ou adquirir animais sem a devida autorização do Ibama é crime ambiental.”

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