Animal

Seu pet fica muito tempo sozinho? Leve ele para a creche!

Dayane Saleh, especial para a Gazeta do Povo
07/12/2016 17:41
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O casal Renata Schaitza e Daniel Sandes com Ravióli, de 8 meses. Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo | Gazeta do Povo

Recorrer ao serviço de creche para animais tem sido a saída encontrada por tutores que não querem que o pet fique sozinho em casa. Além de ganhar a companhia de outros bichos, a experiência é extremamente positiva porque eles podem brincar e gastar energia, amenizando problemas de comportamento.
A publicitária Renata Schaitza e o empresário Daniel Sandes são adeptos da creche canina há três meses para o Ravióli, um sem raça definida de 8 meses adotado pelo casal. O cachorro adora frequentar a Casa do Pluto, onde fica de segunda a sexta, em período integral. Desde que passa os dias no daycare, o  Ravi – como é chamado pelos donos –  também não fica mais ansioso quando Renata e Daniel saem de casa e não late mais para outros cães durante os passeios.
Recentemente os dois fizeram uma viagem de um mês para a Índia e o filhote ficou na casa da mãe de Renata, que continuou levando-o para a creche. O daycare foi benéfico para que ele não se sentisse sozinho e continuasse calmo ao chegar em casa após um dia de muita brincadeira.
Renata é dona de um blog chamado Feed Your Soul, no qual está criando uma categoria especial para contar um pouco sobre o cãozinho e dar dicas de cuidados, produtos e lojas de pet. Por enquanto, o amor pelo animal fica registrado em sua conta no Instagram. Ravióli ainda vive com Daniel, mas em breve os três vão morar juntos.
Outro casal que usa o serviço de daycare é a médica Marcela Mendes e o advogado Rafael Mendes. Walter, o bulldog inglês de 6 meses já frequenta há três a creche do Super Fofinhos Pet Shop. Ele vai duas vezes por semana brincar no espaço, também em período integral.
Marcela tinha pena do filhote pois o apartamento em que o casal vive não tem muito espaço e agora vai trabalhar tranquila sabendo que tem quem cuide dele. Walter também ficou menos agitado e mais sociável desde que começou a ir ao daycare. Agora também brinca no condomínio onde vivem com outros cachorros e com crianças. Só alegria para estes filhotes!
Cãozinho Walter, do casal Marcela e Rafael. Walter fica hospedado na creche SuperFofinhos enquanto eles trabalham. Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo
Cãozinho Walter, do casal Marcela e Rafael. Walter fica hospedado na creche SuperFofinhos enquanto eles trabalham. Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo
Antes da despedida
O primeiro contato de um cãozinho com um novo lugar pode ser um pouco assustador para ele. Muitos locais que oferecem serviço de daycare e hotel deixam o animal em um dia de adaptação, quando avaliam seu comportamento e sabem assim se ele é capaz de conviver pacificamente com outros de sua espécie.
Recomenda-se que o dono faça uma supervisão prévia para que conheça a estrutura e analise se o ambiente parece ser seguro e higiênico, além de se certificar de que os animais são supervisionados por humanos. É imprescindível conferir as condições que o estabelecimento tem a oferecer aos pets, para ter certeza de que o bicho não seja maltratado durante o período de permanência.
Conferir se há um médico veterinário responsável técnico no local é fundamental, pois é ele quem preza pela saúde e bem-estar do animal no hotel e na creche. É possível verificar se o local é registrado no Conselho Federal de Medicina Veterinária no www.portal.cfmv.gov.br.
Seus deveres
O animal deve estar vacinado e vermifugado, para impedir que contraiam ou transmitam doenças. Essa medida é ainda mais importante para os gatos, que podem contrair enfermidades para as quais não existem vacina, como a esporotricose (micose) e a peritonite infecciosa felina (processo inflamatório).
A dificuldade maior dos cães é ficar longe da família e do dono. Por isso, ambos podem acabar emagrecendo, perdendo pelo e, consequentemente, adoecendo durante a estadia em hotéis. É preciso ter em mente que quanto mais parecida com a rotina de casa seja a rotina do animal no hotel, menos ele irá sofrer com a distância do seu lar. Uma estratégia é dar instruções para o cuidador seguir os horários das atividades rotineiras. Em viagens mais curtas pode ser mais benéfico contratar alguém que vá até a sua casa ou pedir que um amigo o alimente.
Medidas como levar a cama e os brinquedos de casa ajudam bastante na adaptação de cães e gatos. Também é extremamente válido deixar uma peça de roupa, pois ter o cheiro do dono e da casa ajuda no processo de adaptação. O dono deve manter a calma na hora de deixar o bichinho, já que chorar pode deixá-lo ainda mais estressado e confuso. Os pets devem continuar consumindo a mesma alimentação para não ter diarreias e infecções.
Comportamento
O dono deve informar sobre o temperamento do animal antes de deixá-lo na creche ou no hotel, já que isso evita conflitos com outros pets. A avaliação comportamental deve ser feita pelo médico veterinário e outros funcionários treinados por ele para que se identifiquem reações agressivas. Indicativos de que a socialização não vai bem: o cão coloca a cauda entre as pernas, rosna (o que representa uma intenção de ataque) e late.
Segurança
É difícil reconhecer sinais de maus tratos porque muitas vezes o animal pode não apresentar machucados. O estresse causado pelo novo ambiente e distância da família pode deixá-lo quieto e tristonho, o que não significa má conduta por parte do estabelecimento. Desse modo, é recomendado que se escolha um local com câmeras, para que o dono acompanhe a estadia.
Saudade de casa
Afastar-se do seu território é um grande problema para os gatos, que se sentem muito estressados ao mudarem de ambiente. Evitar que fiquem em ambientes com cães ajuda bastante.
Fontes: Luiza Schneider, médica veterinária e assessora técnica do Conselho Regional de Medicina Veterinária, Renata Schaitza, publicitária, e Marcela Mendes, médica.

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