Animal

Só castigo não adianta; saiba como ensinar o cachorro a fazer a coisa certa

Giana Liebel, especial para Gazeta do Povo
10/10/2018 12:00
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Especialistas explicam qual a melhor forma para ensinar os pets sem traumatizar. Foto: Bigstock

Ensinar seu pet requer paciência e pode ser um desafio para o tutor para que isso não traumatize o cachorro. Leandro Alves, da empresa de adestramento Cão Cidadão, explica que conhecer o cachorro, observar como ele reage a cada estímulo e respeitar a sensibilidade dele são as principais dicas na hora de ensinar um comando para o cachorro. “Quando algo não sai conforme o desejado e o tutor resolve aplicar um castigo, é importante entender que funcionam, mas quando utilizados, devem respeitar a integridade física e mental do cão”, alerta Leandro.
Paciência e conhecimento do seu cachorro devem ser primordiais na hora de ensinar. Foto: Pixabay
Paciência e conhecimento do seu cachorro devem ser primordiais na hora de ensinar. Foto: Pixabay
Daniele Graziani, médica veterinária comportamental, esclarece que o adestramento com reforço positivo, que é utilizado focando a perda de algo desejado diante de um comportamento indesejado, deve sempre estar aliada a ação do que seu cão deve fazer. Dani explica: “se o cão pula buscando atenção e esse comportamento não é desejado, a atenção não deve ser dada, ou seja, a pessoa deve se afastar do cão. Por outro lado, apenas isso não faz o cão entender qual comportamento realizar para receber o que deseja.
Logo,  é preciso também ensinar um comportamento alternativo, como o “senta”, por exemplo, e oferecer atenção sempre que o cão cumprimentar dessa forma e não oferecer atenção ao comportamento indesejado (quando cão pula, nesse caso).

Ensinar sem traumatizar é basicamente estimular os comportamentos que desejamos e desestimular, sem punir, apenas não oferecendo beneficio algum para aquele comportamento”, esclarece Daniele.

Traumas, como lidar
Votos do Cachorro do Ano geram rações que serão doadas às ONGs que resgatam cachorros abandonados. Foto: Pixabay
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Para o adestrador Leandro Alves, os traumas devem ser lidados de forma gradativa, aumentando o estímulo aos poucos, e tentando criar uma associação positiva com aquilo que incomoda o cão. “Um caso bem comum que vejo é com relação ao aspirador. Já adestrei cães que atacavam o aparelho mesmo com ele desligado. Assim que o fizemos entender que não precisava temer o aspirador, pudemos passar para o próximo passo, ligar o aparelho e trabalhar o estímulo em um nível mais alto”, comenta Leandro.
Já Daniele Graziani lembra que há os cães que são adotados e já vem com traumas. “Memórias traumáticas são gravadas com muita ênfase no cérebro, pois se trata de um mecanismo de sobrevivência, logo extingui-la é o trabalho dos especialistas em comportamento canino”, além disso, a especialista comenta que a capacidade de resiliência canina é individual e deve ser levada em conta. Nesses casos, o importante é levar os pets o quanto antes para tratamento.
Concurso Cachorro do Ano Gazeta do Povo 2018
1ª votação popular de 17 a 31 de outubro
2ª votação popular (os 20 cachorros mais votados) de 05 a 18 de novembro
Resultado final: 01 de dezembro
Inscrições pelo site.
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