• Carregando...
Uma ração para cada gato
| Foto: PEDRO SERAPIO

O primeiro passo, segundo a médica veterinária e representante comercial de marcas de ração Cristina Odebrecht, é levar em conta as particularidades do animal. A pelagem é um dos fatores mais importantes e, no mercado, há rações para gatos de pelos curtos ou longos. “Para os de pelagem longa, é importante ter mais proteína e gordura, para deixar os pelos e a pele mais bonitos e fortes”, afirma.

Ela diz ainda que é bom conferir se a ração age na redução da formação de bolas de pelo no estômago do gato, que se lambe muitas vezes durante o dia. “Todas as rações devem apresentar controle por ingredientes como polpa de beterraba branca, que funciona como fonte de fibras e faz com que o pelo seja eliminado junto com as fezes”. De acordo com Cristina, algumas rações ainda apresentam celulose para que a pelagem engolida grude e seja expelida.

Se o seu gatinho está acima do peso ou é castrado, é bom decidir por rações próprias para eles. O castrado, por ficar menos ativo, necessita de uma alimentação preventiva contra a obesidade e o cálculo urinário, por isso é importante decidir por uma ração com baixos níveis de gordura. “Não é possível dizer de quanto é essa redução porque a porcentagem de gordura varia muito de acordo com a marca. Não há uma regulamentação para isso no Brasil”, explica a médica veterinária Ra­­faela Ribatski Pires Chiquitti.

Para gatos obesos, a ra­­ção light é indicada, mas apresenta algumas peculiaridades. En­­quanto determinadas marcas optam por aumentar a quantidade de proteínas, outras investem em fibras, para que o gato defeque mais. De acordo com a veterinária Rafaela, o ideal é sempre conversar com um veterinário que aconselhe o ideal para cada pet, já que não é possível comprar rações que unam todas as peculiaridades do animal e as embalagens nem sempre são tão claras.

Idade

O alimento certo depende ainda da fase de vida do gato, que abrange desde o desmame até a velhice, quando entram em cena as rações sênior. “A necessidade de cálcio e fósforo varia de acordo com a idade. Um filhote precisa deles para a formação dos ossos. Já para um gato idoso, o excesso desses mi­­nerais causa doenças renais”, alerta Rafaela. Outro ingrediente que pode fazer mal para o organismo dos felinos mais velhos e sensíveis é o oxidante, presente na maior parte das rações tradicionais.

Personagens

Algumas vezes, dar rações diferentes surge como uma necessidade extrema, como é o caso das medicamentosas. A médica Angel Serra Zanetti gasta R$ 82 em cada pacote de dois quilos e que duram entre 20 e 25 dias. Seus dois gatos, um persa e um exótico, passaram dos 10 anos e tiveram problemas com a creatinina, resultando em complicações renais crônicas. “Fa­­zendo os exames regularmente, vejo que a ração melhorou os índices de um dos gatos e manteve estável o de outro. E eles a aceitaram bem”, conta.

Um dos pets de Angel também pratica acupuntura para tratar um tumor. A médica diz não se importar com gastos extras: “a partir do momento que se adota um bicho, tem que dar o melhor para ele. Os dois precisam dessa ração e eu pagaria qualquer coisa”, afirma.

No ano passado, a aposentada Neiva Gan­cine viu seu gato Vitório emagrecer. “Ele começou a tomar muita água e urinar. Eram os mesmos sintomas da diabete humana e resolvi investigar”. Vitório estava com glicemia alta e passou a comer somente rações especiais para diabéticos. Com o tempo, enjoou. Agora, Neiva mistura uma nova marca de ração medicamentosa com sachês de alimento úmido, além de aplicar insulina no animal. Ele está bem adaptado e com o problema controlado.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]