Celebridades

As 7 faces de Alexandre Nero

Katia Michelle, especial para Gazeta do Povo
21/06/2016 15:19
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Ator Alexandre Nero volta para Curitiba para ensaiar um espetáculo teatral e avisa: novela em 2016, não. Foto: Rodrigo Zorzi/divulgação.

Músico, ator, compositor,  fanfarrão, bem sério, “nerótico”, escritor de frases de efeito. Só sete atividades para fazer uma alusão ao filme americano “As 7 faces do Dr. Lao” dirigido por George Pal, na década de 1960, mas Nero tem mais “caras”. Enquanto o filme conta a história dos efeitos hipnóticos que os artistas de um circo causam nas pessoas, no teatro, o ator quer falar das ações e reações motivadas pelo sucesso do ponto de vista do artista e, por que não, de quem transforma o objeto em desejo.
Desde o início da carreira, como músico de bar em Curitiba, até o estrondoso sucesso como protagonista de novelas da Globo, muitos autógrafos foram rascunhados. Agora, ele volta a Curitiba para trabalhar com artistas que admira e aproveitar o distanciamento para essa reflexão sobre o êxito.
E o que é sucesso para ele? . Para começar é não precisar responder perguntas clichês como essa, tanto que ele costuma abusar da ironia quando o assunto é trabalho. “Estou aqui porque gosto de sofrer. Eu podia estar matando, roubando, mas volto para minha terra natal para lembrar o quanto eu passei fome aqui”, brinca.
A verdade, ou uma das faces dela, é que Nero sempre manteve a conexão com artistas da cidade. O time que compõe essa nova empreitada, por exemplo, é formado por curitibanos. No elenco, Carmem Jorge, Rafael Camargo, Fabio Cardoso e Gilson Fukushima, que já trabalhou com o ator no grupo Fato, para citar alguns. O texto e direção é de Diego Fortes.
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E qualquer semelhança com a vida real, não terá sido mera coincidência. A peça traz algumas pinceladas da biografia de Nero, que explica que durante o processo criativo, o espetáculo é escrito por muitas mãos, inclusive pelas suas, e que trazer experiências próprias para o projeto é inevitável. “Todo mundo faz tudo junto e muita coisa acontece das nossas improvisações”, conta.
O sucesso é o tema central da peça, mas que o público não espere algo linear. “É subjetivo, filosófico. Se eu contar, ficaria pequeno perto do que quero alcançar”, diz o ator. Para “começar”, a peça não tem começo, meio e fim e já inicia com três horas de espetáculo.
Por isso, quem quer acompanhar  espetáculo – e consequentemente a carreira do artista de muitas faces – deve se despir de (pré) conceitos e deixar-se levar com a inocência e leveza dos espectadores que enxergam o circo pela primeira vez. Afinal, é arte.
Eterno retorno
O musical “O Grande Sucesso” põe fim a um jejum de Nero dos palcos. Foi em “Os Leões”, direção da paranaense Nadja Naira, há pouco menos de uma década, que ele despertou atenção nacional e abriu uma série de possibilidades de atuação na TV e cinema. Mas bem antes disso, já acumulava um trabalho consistente como músico, compositor e ator.
Aliás, outras vertentes e faces do artista também chamaram a atenção, como a coleção “Nerótico”, com frases de sua autoria que estampam camisetas da marca Pignon Noir – Arte que se veste. As peças já estão na segunda coleção – Inverno 2016 – e tem lançamento em Curitiba amanhã (22).
SERVIÇO:
O Grande Sucesso, texto e direção de Diego Fortes, com Alexandre Nero no elenco, tem estreia marcada para o dia 12 de agosto, no Teatro Vivo, em São Paulo.