Comportamento

Carolina Werneck

Empresária volta a dançar após 32 anos: “a bailarina em mim ainda existe”

Carolina Werneck
26/10/2017 07:00
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Alaíde Marcolini: "Fazer 50 anos mexeu comigo. Eu percebi que tinha que me dedicar a mim". Foto: Val Machado

Tutus e compassos fizeram parte de toda a infância e adolescência da empresária Alaíde Marcolini, 50 anos. Nascida em Itu, no interior de São Paulo, ela entrou para o conservatório municipal da cidade aos oito anos para fazer ballet clássico. Depois, fez aulas na cidade vizinha, Salto, de onde saiu para a Escola de Bailado de São Paulo Nice Leite, já na capital. A bailarina dançou até os 19 anos, quando começou a cursar duas faculdades e precisou escolher a que se dedicar. Muitos passos foram dados até ela radicar-se em Curitiba.
O ballet foi posto de lado em nome da hotelaria, área em que ela fez carreira, mas o encantamento pela delicadeza da dança nunca deixou de existir. Trinta e dois anos depois, Alaíde decidiu voltar a calçar as sapatilhas para fazer aulas de ballet fitness.  A modalidade usa os movimentos do ballet para trabalhar vários músculos do corpo.
Para ela, o retorno à dança foi como redescobrir uma consciência corporal há muito guardada no armário. “Eu sou apaixonada pelo ballet clássico. Eu adoro, acho lindo, clássico, tradicional. Gosto da rigidez toda, da formalidade. O ballet é muito difícil. Então agora faço uma modalidade um pouco mais leve e posso dizer que, com 50 anos, eu me encontrei novamente.”
Foto: Val Machado
Foto: Val Machado
Cinco, seis, sete, oito
Durante as trés décadas em que ficou afastada do ballet, Alaíde construiu toda uma história na hotelaria. Foi por meio dessa profissão que ela conheceu o marido, o chef Fabiano Marcolini,  com quem está casada há 25 anos. Mas, ao retomar os exercícios musicais, ela parece ter se reconectado a um antigo amor: seu próprio corpo. “Você leva um tempo para conseguir fazer todos os exercícios, mas o que eu senti lá no fundo é que a bailarina em mim ainda existia. A posição da cabeça, das mãos, o tempo da música. A postura volta muito fácil, isso parece que renasceu em mim.”
Devagar, plié após plié, ela vai redescobrindo o gosto pelos termos em francês, pelo passos ritmados, pela graça de levar seu corpo a extremos. “Na minha cabeça eu sei todos os passos que fazia, mas o corpo precisa reaprender. Infelizmente nem tudo o que está na cabeça eu consigo acompanhar, mas já estou melhor que quando voltei, em agosto.
” Voltar a vestir o collant e a saia de ballet foi outro desafio, principalmente porque as aulas não são feitas em uma escola de dança, mas em uma academia. Depois de relutar por algum tempo, Alaíde comprou toda a indumentária e a exibe feliz em uma sessão de fotos de que participou recentemente.
“Fazer 50 anos mexeu comigo. Eu percebi que tinha que me dedicar a mim. Pensei ‘nossa, os 50 chegaram, e agora?’. Foi um susto. A vida passa, os anos passam, estava na hora de eu fazer o que realmente gosto. O ballet ajudou muito nesse processo. Estou muito feliz.”
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