Comportamento

Camila Rehbein, especial para a Gazeta do Povo

A valsa ficou para trás: conheça a “nova” dança das festas de 15 anos

Camila Rehbein, especial para a Gazeta do Povo
14/10/2016 10:30
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A debutante Larissa Biscaia, com o pai, Perci Biscaia: o balé como referência. Foto: Guto Queiroz | Guto Queiroz

A tradicional festa de 15 anos já não é mais a mesma. Uma das mudanças é a clássica dança com o pai, que vem sendo substituída por performances mais elaboradas com dançarinos e amigos. A coreógrafa e proprietária da Center Dança para Noivos, Vivian Zanello, explica que boa parte dessa busca por ritmos diferentes está relacionada ao perfil atual das debutantes.
“As meninas de 15 anos estão mais antenadas e com mais acesso à informação, principalmente às tendências que vêm de fora. Além disso, muitas delas já têm uma personalidade muito bem definida e marcante, sabem o que querem, e isso reflete muito na escolha das músicas e a coreografia que farão no dia da festa”, define.
Para muitas delas, essa é a oportunidade de mostrar sua personalidade e proporcionar um momento de interação entre pais e amigos. Foi o caso da bailarina Larissa Rauen Biscaia, de 16 anos, que trouxe para sua festa o universo do ballet, que incluiu seus amigos e também o pai, Perci Biscaia, que nunca tinha dançado algo parecido antes, em um festa no Castelo do Batel.
“A melhor parte foi ver meu pai dançando e tentando seguir os passos do ballet. Ele não é muito de dançar, acho que é tímido para isso, mas quando topou dançar comigo foi dedicação total”, lembra. A mãe da bailarina, a advogada Claudia Rauen Biscaia, explica que para sair tudo perfeito foram vários ensaios com todos os integrantes do bolo vivo: ao todo 15 amigos da aniversariante.
Dentre os ritmos mais procurados estão o funk, eletrônico e o hip hop, mas deve ficar bem claro que no final quem bate o martelo é a debutante. “Como hoje elas mesmo escolhem as músicas e nos trazem referências do que querem, a criatividade é o limite”, ressalta a coreógrafa Juju Diuana.
Para que tudo saia como o planejado, a recomendação é que a procura por um profissional seja feita com, no mínimo, dois meses de antecedência podendo variar de pessoa para pessoa. “Ensaiamos em torno de uma ou duas vezes por semana e dependendo da aluna consigo ensinar a coreografia em cinco encontros”, explica a professora.
Outra opção muito procurada é a valsa maluca, em que a debutante e o pai começam dançando a clássica valsa e após alguns minutos a música dá uma guinada, passando para ritmos mais modernos e dançantes. “Normalmente essas coreografias mais divertidas acontecem logo após a troca do vestido, quando a debutante vai abrir a pista de dança aos convidados”, explica Vivian.
E quando se fala em movimentos não pense que quem os tem de forma limitada não pode sonhar com a tão esperada dança. A prova de que isso é mais do que possível está na coreografia que a estudante Juju Camargo fez em sua festa de debutante. “Minha filha sempre sonhou com sua festa e como a ensinamos desde pequena que nada é impossível, basta acreditar no sonho, fomos atrás para realizá-lo”, conta o empresário Julio Cezar Camargo, 53 anos, pai da debutante.
O resultado foram alguns meses de ensaio e muita dedicação para transformar o momento em algo especial e inesquecível. “Nunca pensamos em pular a dança, porque sempre falamos que Juju não anda, ela voa. Minha filha fala até hoje que esse foi o melhor momento de sua vida e em suas próprias palavras ressalta: “a cadeira de rodas limitou o andar, mas não o sonhar”.
Para quem quer investir em uma coreografia diferente para surpreender os convidados fica a dica das próprias debutantes: escolha algo que te represente, que mostre quem você é. De resto, curta muito, pois o momento é seu.

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