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Bilhete com ameaça leva pânico a alunos de universidade: “ataque pior que Suzano”

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22/03/2019 11:43
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Bilhete foi encontrado em um dos banheiros da UEPG, mas mensagem está sendo repassada nas redes sociais. Foto: Reprodução

Alunos da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) entraram em pânico esta semana depois de encontrarem uma carta, em um dos banheiros da instituição, contendo uma ameaça à universidade. O texto, anônimo, cita o ataque a tiros na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, (SP) no último dia 13 de março, como parte de um plano colocado em prática por “pessoas com problemas emocionais” captadas para matar. “Pessoas com problemas emocionais são extremamente fáceis de controlar e de moldar sua instabilidade. O que aconteceu em Suzano foi apenas o começo.”, diz a carta.
A UEPG divulgou uma nota sobre a carta e esclareceu: “O bilhete foi encontrado em um dos banheiros do campus Uvaranas. Para investigar o caso, a UEPG solicitou o reforço da vigilância interna e acionou os órgãos de segurança externos. A Polícia Civil enviou dois investigadores que estão trabalhando no caso. As câmeras de segurança estão sendo analisadas para confirmar o fato e identificar a autoria. Há carros da polícia e agentes de segurança interna fazendo vistorias no Campus neste momento. Reitera-se que ameaças semelhantes já foram registradas em outras universidades brasileiras e estão sob investigação dos órgãos competentes”, diz.
Veja o pronunciamento na íntegra:
A imagem do bilhete está sendo repassada nas redes sociais e por aplicativos, espalhando o pânico. A carta diz que “em dois anos e meio esta cidade conhecerá a maior execução de alunos já vista em todo mundo” e cita ataques anteriores: “Nosso objetivo é muito maior do que pensam (…) Já estamos com tudo pronto para o maior massacre de todos que irá acontecer aqui mesmo em Ponta Grossa e em várias cidades pelo mundo. Infelizmente algumas crianças são ansiosas demais e acabam antecipando os planos (sic).”

Esse tipo de situação pode causar estresse a alunos. Agitação e agressividade; nervosismo e ansiedade; mudança no sono;  insônia e até a falta de vontade de estar com amigos; além do medo, talvez, desnecessário de realizar atividades rotineiras.

A psicanalista Claudia Seratchiuk fala que essa questão do pânico coletivo é uma realidade. “O Brasil não é preparado para esse tipo de coisa porque não tínhamos situações desse tipo. Não tínhamos a cultura desse tipo de violência, semelhante ao terrorismo, antes”, enfatiza. Ela ressalta que coletivamente é preciso tomar providências para que as pessoas não se sintam tão inseguras.
“Isso (a ameaça) é uma situação nova que as pessoas ainda não sabem lidar, por isso precisam de ajuda coletiva”, explica, complementando que a situação de trauma acontece quando não há reconhecimento social. “Não dá para dizer que é bobagem, que é só um bilhete. O medo precisa ser reconhecido”, salienta. Caso as pessoas sintam que estão mais ansiosas e o medo seja paralisante, é preciso buscar ajuda profissional.
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