Comportamento

Bruna Covacci

Campanha incentiva convidar um refugiado para a noite de Natal

Bruna Covacci
14/12/2016 14:00
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Foto: Reprodução/Facebook.

O Brasil tem de mais de oito mil refugiados reconhecidos e outros 28 mil que ainda estão aguardando reconhecimento. E uma das principais dificuldades que esses estrangeiros enfrentam é a de integração na sociedade. Muitos brasileiros ainda têm preconceito com essas pessoas, principalmente por não conhecerem a sua história.
Foto: Reprodução.
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A Síria Muna Darweesh, que veio para o Brasil ao lado do marido e quatro filhos diz que sempre precisa explicar mais sobre os muçulmanos e o Islã. “Eu não sou como o Estado Islâmico, eu sou diferente, somos diferentes”, diz. Com a ideia de minimizar as diferenças, a plataforma Migraflix, ação social que promove a integração de refugiados e imigrantes, convida a todos que escolheram o Brasil como sua nova casa para participar do projeto “Meu Amigo Refugiado”, contando suas histórias e esperando que famílias brasileiras os convidem para participar do Natal em suas casas.
“A ideia de mostrar quem são essas pessoas é gerar empatia. Quando um brasileiro conhece a história de um refugiado de perto, percebe que o refugiado é uma pessoa igual a ele, que tem uma profissão, uma família e muitos talentos. E é isso que quebra o preconceito e abre muitas portas para eles” explica Jonatan Berezovsky, Fundador do Migraflix. Para promover ainda mais a troca de culturas e experiências, a ideia é que cada refugiado leve um prato típico do seu país para a ceia.
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“Quando você faz uma comida do seu país para alguém, é toda a sua cultura, sua vida e seu amor que você está oferecendo através dela”, complementa Muna, que agora está esperando os convites das famílias brasileiras. O venezuelano José Alejandro ainda lembra-se da dificuldade de estar longe daqueles que você ama. “É difícil. Ninguém gosta de estar sozinho. Eu preferia estar com meus amigos, minha família…”, conta.
“Passar o Natal com brasileiros vai ser muito legal para quebrar barreiras e também pela troca de experiências”, diz Olga Yavo, que veio da Costa do Marfim. O palestino Leon Diab diz que socializar e conhecer novas pessoas é importante para todos. “Eu sou um ser humano normal, só estou tentando encontrar o meu lugar aqui”, finaliza. Por enquanto, o Meu Amigo Refugiado só tem habitantes de São Paulo cadastrados. Curitibanos podem se inscrever pelo site.