Comportamento

Amanda Milléo

Perdas no dia a dia ajudam a lidar melhor com a finitude da vida e frustrações

Amanda Milléo
25/01/2018 12:00
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Lidar bem com perdas diárias nos ajuda a compreender situações mais drásticas da vida. (Foto: Bigstock)

Todos os dias, algo ou alguém se despede do nosso convívio. Seja um amigo que deixou a amizade para trás, um relacionamento que não deu certo, um plano que não se concretizou e até mesmo um simples bolo que queimou no forno.
A maneira como lidamos com cada uma dessas pequenas mortes faz com que compreendamos melhor a finitude da própria vida, e torna as perdas maiores não tão impossíveis de ultrapassar — esse é o tema  que a terapeuta ocupacional Danielle de Fátima Kichileski, do Hospital Erasto Gartner, abordará em palestra na quinta-feira (26), durante o 1º Fórum de Psicologia e Cuidados Paliativos, promovido pelo Valencis Curitiba Hospice, em Curitiba.
Ao acumularmos muitas perdas, sem as trabalharmos de uma forma saudável, a consequência extrema é estourar ou extravasar em algum momento. “São as pequenas coisas que precisamos pensar, esses pequenos ciclos. Se não soubermos vivenciar, não saberemos lidar com o maior. Trabalho com crianças com câncer e eu vejo que, se ela não recebeu as orientações ao longo de cada perda (a queda de cabelo; o diagnóstico que colocou em espera os planos daquela família), chega um momento em que ela não quer mais ser picada, não quer mais fazer o procedimento, e chora”, explica Danielle de Fátima Kichileski Santos, terapeuta ocupacional do hospital Erasto Gaertner.

Abordagens diversas

O trabalho de lidar com cada uma das perdas varia conforme o significado que cada situação ou pessoa tem para você, e nem sempre será possível ter um olhar positivo para todos os fins da vida.
“Se algo tem um significado muito grande, mas você tem consciência que deve passar por isso de forma sadia, você segue em frente. Mas isso não acontece com todas as perdas que vivenciamos. Ainda assim, se em uma ou outra, das maiores, você conseguir olhar positivamente, melhor”, reforça a terapeuta.
De forma geral, a morte não é um assunto simples ou fácil de abordar, segundo Danielle. O medo que o termo carrega assusta tanto pacientes quanto profissionais da saúde, mesmo quando não está vinculado ao fim de uma vida humana.
“Não adianta pensar que você ficou 30 anos em uma empresa e esse foi um tempo jogado fora. Olhe de outra forma: foram momentos bons, que você aprendeu para crescer e contribuir com a própria empresa. Assim terá um enfrentamento melhor”, sugere a terapeuta ocupacional.
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