Comportamento

Katia Michelle

Seu filho precisa mudar de escola? Veja quando algo não vai bem

Katia Michelle
10/12/2016 14:00
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A criança não se interessa pela escola? Pode ser que não seja o ambiente certo para ela. Foto: Bigstock

Não é só uma questão pedagógica. Alguns sintomas relacionados ao comportamento podem indicar que a escola que você escolheu pode não ser o local certo para seu filho. E por mais que os pais selecionem com cuidado e prestem atenção aos valores, ao método de ensino, ao espaço e as atividades extracurriculares, é preciso levar em consideração o comportamento da criança e a afinidade dela com esse meio. Afinal, a escola deve ser um ambiente propício para o desenvolvimento da criança, mesmo que não seja o local preferido dos pais.
O equilíbrio, nesse caso, é fundamental, principalmente porque é na infância e na adolescência – e consequentemente na escola – que acontece a evolução da personalidade. Independentemente do método de ensino – e da escola – em que a criança está, o diálogo entre país e educadores é essencial para descobrir se a criança está se desenvolvendo bem, tanto psicologicamente como pedagogicamente.
Quando o garoto Arthur Sebastian Soares, hoje com 8 anos, começou a demonstrar muita tristeza ao voltar da escola, por exemplo, a mãe, Suellen Cristina Soares, de 26 anos, percebeu que algo não ia bem. O menino estudava em uma escola particular, escolhida a dedo pela mãe. “Mas ele começou a ficar muito tímido, não queria falar e nem ir para escola”, conta Suellen.
A escola por sua vez, também notou o comportamento do menino, mas chamou a mãe para uma conversa apenas no final do ano letivo. Foi quando a mãe descobriu que ele ia reprovar de ano e também tinha uma dificuldade de aprendizagem que a escola não apontou com antecedência. “Durante todo o ano a escola não tomou nenhuma atitude e eu não sabia da dificuldade dele”, diz.
Com o diagnóstico de dislexia – uma novidade para ela – em mãos, ela decidiu mudar o menino de escola por indicação de especialistas. “Agora o contato com os educadores é maior e eu consigo acompanhar a evolução dele. Percebo que ele está se esforçando e vai mais feliz em ir para escola”, comemora.
A analista de suporte Gladys Raquel Rodrigues conta que a filha Natália, hoje com 7 anos, vai para escola desde os 1 ano e 4 meses e nunca havia demonstrado nenhum sintoma diferente ou rejeição ao estabelecimento que frequentava. Aos 5 anos, porém, quando mudou de escola o comportamento também alterou. “Ela não queria ir para a escola e se recusava a participar das atividades. Se trancava no banheiro para não ir para aula de balé, por exemplo”, conta a mãe. A escola, no entanto, chamou a mãe para relatar o comportamento da filha e indicou que ela procurasse ajuda de uma terapeuta.
“Eu levei para a psicóloga, fiz vários exames neurológicos, levei ao oftalmologista e ninguém constatou nenhum distúrbio. O que estava acontecendo era uma questão comportamental mesmo, dentro da escola”, acredita. Mesmo com a filha ficando muito mais tímida, ela percebeu que a menina sofria bullying na escola e que isso afetou diretamente o desenvolvimento da criança. Por isso, mais uma vez, resolveu mudar a filha de escola e também acompanhar de perto cada passo na integração. “Acho que no primeiro sinal de alteração no comportamento da criança, é preciso fazer uma investigação”, aconselha
Nem sempre a culpa é da escola
A psicóloga clínica Laurema Suckow de Castro ressalta que os pais devem ficar atentos aos sinais que a criança desenvolve, mas também devem levar em consideração que nem sempre a “culpa” é da escola, pois uma mudança contínua de estabelecimento pode não resolver o problema. “A criança também pode estar com algum problema em casa e levar esses sintomas para escola”, explica. Agressividade, timidez, problemas de aprendizado, são alguns desses sinais que se manifestam quando algo não vai bem. “A criança fica mais quieta, pode fazer xixi na calça, não conseguir se expressar ou comer normalmente”, diz.
A primeira atitude ao notar esses sintomas é conversar na escola e manter aberto o canal de diálogo. “Os pais precisam saber que nem toda escola é boa para criança. Até no caso de quem tem dois filhos, por exemplo, uma escola pode ser boa para um e não para outro”, diz. Ela ressalta que os pais não podem pensar apenas na praticidade, mas sim no que é bom para criança. Para ela, os pais devem avaliar as necessidades da criança e também os valores da família, como religião, por exemplo, mas sempre priorizando a personalidade de cada criança.
“Muitas vezes a criança precisa de uma escola mais sistemática ou mais criativa dependendo da personalidade dela. De qualquer forma, o ambiente deve ser bom e permitir o desenvolvimento pedagógico e social”, conclui.
Veja alguns sintomas que podem indicar que algo não vai bem
  • A criança se entristece
  • Chora ao ir para escola
  • Não demonstra interesse pelas atividades pedagógicas
  • Não se socializa
  • Começa a ter sintomas físicos, como fazer xixi na calça ou ter dor de barriga ou de cabeça. Por exemplo.
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