• Carregando...
O empresário Newton Pacheco dos Santos Júnior: 20 mil produtos em sua coleção e mais de 5 mil shows na bagagem. Foto: Leticia Akemi/ Gazeta do Povo
O empresário Newton Pacheco dos Santos Júnior: 20 mil produtos em sua coleção e mais de 5 mil shows na bagagem. Foto: Leticia Akemi/ Gazeta do Povo| Foto:

Desde 1985, o dia 13 de julho é dedicado a comemorar o rock and roll. O estilo, que representa bem mais do que apenas música para muitos fãs, surgiu nos Estados Unidos no final dos anos 1940 e início dos anos 1950, influenciado por ritmos como country, blues e R&B – rhythm and blues. Foi entre os 1970 e 1980, com o surgimento de algumas das principais bandas do estilo de todos os tempos, como Led Zeppelin e Black Sabbath, que o rock and roll teve seu auge, impactado também pela popularização dos concertos e festivais que atraiam multidões para acompanhar por horas as apresentações.

Além da importância imensurável para o cenário musical, o estilo trouxe um componente de rebeldia e irreverência – que se reflete no comportamento, na moda e na atitude dos entusiastas. A trajetória de milhões de pessoas foi e continua sendo impactada pelo rock and roll, que passou a representar uma forma de expressão.

Separamos três histórias de paranaenses apaixonados pelo rock, que mostram que o rock é mesmo um estilo de vida.

Ele já assistiu a mais de 5 mil shows de rock

Quando tinha sete anos, Newton Pacheco dos Santos Júnior, hoje com 41 anos, ouviu sua primeira banda de rock: a Black Sabbath, e soube: tinha encontrado uma paixão. Desde então, mesmo com a pouca informação disponível na época, começou a procurar e conhecer diferentes bandas do gênero. “Assistíamos shows em VHS, fazíamos assinaturas de revistas de música e trocávamos cartas com os fã-clubes das bandas”, relembra.

O que começou como um hobby logo se transformou no seu ganha-pão. Como tinha dificuldade em encontrar produtos como camisetas e outros itens das bandas de rock, decidiu abrir uma loja. Assim, em 1994, nasceu a Let´s Rock, que foi a primeira loja do gênero na cidade. “O local tornou-se um ponto de encontro dos amantes do rock, as pessoas se encontravam para conversar sobre música e, inclusive, muitas bandas se formaram ali. Fomos ficando conhecidos”, conta o empresário. Hoje, a loja vende diversos tipos de produtos relacionados ao universo do rock e tem uma marca própria de stagewear (roupas para serem usadas no palco).

Em 1991, Newton foi a seu primeiro show internacional de rock´n roll, da banda Deep Purple. “Foi uma experiência surreal.” Foi também na década de 1990, com a chegada dos CDs, que ele começou sua coleção dos discos e outros itens, que hoje tem lugar de destaque na decoração da casa. “São mais de 20 mil produtos na coleção, só de CDs são 8 mil discos, tanto que tive que reservar uma sala de casa só para guardá-los.”

Uma das cinco guitarras da coleção especial do empresário. Foto: Leticia Akemi/ Gazeta do Povo
Uma das cinco guitarras da coleção especial do empresário. Foto: Leticia Akemi/ Gazeta do Povo

O empresário brinca que sua casa parece uma unidade do Hard Rock Café (café temático do rock). “Tenho camisetas, fotos com bandas, autógrafos, ingressos e uma coleção especial com cinco guitarras: do Paul Stanley (Kiss), do Matthias Jabs (Scorpions), do Michael Schenker (UFO & Scorpions & MSG), do Tom Keifer (Cinderella) e do Rudolf Schenker (Scorpions)”, conta.

Viajar para ir a shows e festivais de música faz parte da rotina de Newton: ele estima ter assistido a mais de 5 mil shows. “Em 2012, acompanhei toda a turnê da banda Scorpions. Foram 50 shows em quatro continentes. Um outro festival que eu vou todos os anos, há 12 anos, é o Sweden Rock Festival, na Suécia. Só lá foram mais de mil apresentações.” A importância do rock na vida de Newton vai muito além do gosto pela música. “O rock pra mim é tudo, é meu trabalho, meu hobby e foi o responsável por muitas das minhas melhores amizades.”

Ela era fã e virou amiga de Steven Tyler

Para a empresária Ana Claudia de Brito, de 34 anos, viver o rock é algo que a faz lembrar dos tempos da adolescência. “O rock me traz essa lembrança, dessa época tão boa da vida”, conta. No ano 2000, durante um intercâmbio que fez para Indianápolis, nos Estados Unidos, ela foi ao primeiro concerto do Aerosmith.

Ana com o ídolo e amigo Steven Tyler, da banda Aerosmith. Foto: Arquivo pessoal.
Ana com o ídolo e amigo Steven Tyler, da banda Aerosmith. Foto: Arquivo pessoal.

Desde então, passou a seguir os músicos por diversas cidades e países: já foram mais de 30 shows. “Antes eu ficava na frente do hotel, aí comecei a me hospedar no mesmo hotel da banda e fui conhecendo o pessoal e fazendo amizade. Até que conheci a namorada do Steven Tyler e, logo, fiquei amiga dele também. Hoje, quando vou aos shows, sempre assisto de um lugar especial no palco”. Em uma ocasião, ela também foi chamada pelo músico e pode cantar com ele no palco. “Ele é uma pessoa humilde, simples e muito bacana”, conta.

Para poder estar na rota da banda, as férias da família de Ana Claudia são programadas de acordo com os concertos. “Meu marido também é fã de rock, então já fomos juntos a muitos festivais”. Para ela,  rock é um estilo de vida e uma forma de satisfação pessoal. “Ouvir música é uma maneira de descontrair, de desligar da rotina e de relembrar o tempo da adolescência.”

Ele montou um museu do rock em casa com mais de 10 mil itens

Mais de 10 mil itens estão expostos na casa de Mário Bianchini, que se tranformou no Museu do Rock, na Lapa. Foto: Arquivo pessoal.
Mais de 10 mil itens estão expostos na casa de Mário Bianchini, que se tranformou no Museu do Rock, na Lapa. Foto: Arquivo pessoal.

Você transformaria sua casa em um museu? Pois foi isso que fez o servidor público Mário Cesar da Silveira Bianchini, 52 anos, que mora na cidade da Lapa. Colecionador de vinil desde criança, Mário começou a tomar gosto pela arte e tinha como hobby fechar as coleções de vinil de diversas bandas. Aos poucos, foi conseguindo objetos raros e começou a colecionar também ingressos de shows, autógrafos e outros itens que homenageiam o rock.

Ele, que foi baterista da primeira banda de rock da Lapa, a Raio X,  teve por 14 anos uma loja de discos, fitas e CDs, nos anos 1990. No ano 2000, começou a organizar a coleção com tudo que tinha guardado. Foi assim que precisou desocupar três cômodos de sua casa para dar lugar ao Museu do Rock da Lapa, que ele abre ao público em visitas marcadas com antecedência.

São mais de 10 mil itens relacionados a bandas de rock internacional e nacional. “O visitante pode conferir ingressos raros, como o do festival de Woodstock e o do Rock in Rio de 1985. São itens que comemoram a história do rock, de bandas mais antigas como Led Zepelin, The Beatles e Pink Floyd, até bandas atuais e locais.”

Para ele o rock é algo que vem desde a infância, quase como uma religião. “Todo dia preciso ouvir alguma música, faz parte da minha vida. É uma paixão também que passei para meu filho”, conta.

LEIA TAMBÉM:

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]