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O caminhão-escola formará 20 novos profissionais especializados em perucas. Foto: Divulgação
O caminhão-escola formará 20 novos profissionais especializados em perucas. Foto: Divulgação | Foto:

Quem passar pelo ParkShoppingBarigüi durante as próximas semanas verá um caminhão cor de rosa estacionado no local. Desde quando chegou à capital paranaense, no dia 14 de julho, até 04 de agosto, o veículo funcionará como uma escola móvel para ensinar pessoas a produzirem perucas destinadas à vítimas do câncer de mama. O “Força na Peruca”, projeto criado pela Fundação Laço Rosa, do Rio de Janeiro, vai capacitar 100 novos profissionais pelo Brasil para a confecção do acessório.

“Escolhemos Curitiba porque é o primeiro lugar do Brasil em mortalidade do câncer de mama”, explica Patrícia Bulle, gerente da Fundação Laço Rosa. Em seguida, o caminhão escola passará pelo Distrito Federal, depois segue para Goiânia (GO), Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP). Em cada cidade, o projeto terá um parceiro de perucas local para certificar os alunos e elegerá uma ONG para ganhar as perucas. Na capital paranaense, os certificados serão emitidos pela Casa do Mega Hair e a Humsol receberá a doação.

Além de funcionar como uma escola móvel para formar peruqueiros, o local também é posto de coleta de cabelos e doação de perucas para pacientes do Instituto Humsol, de Curitiba. Foto: Divulgação
Além de funcionar como uma escola móvel para formar peruqueiros, o local também é posto de coleta de cabelos e doação de perucas para pacientes do Instituto Humsol, de Curitiba. Foto: Divulgação

A Fundação Laço Rosa doa perucas para todo o Brasil e, desde 2011, já presenteou mais de 30 mil pacientes com câncer. “A ideia é alimentar a cadeia das outras organizações que recebem perucas e também aumentar o número de profissionais da área. O salário inicial de um peruqueiro é de R$ 1.500 e pode chegar a R$ 5 mil”, afirma Patrícia. A Laço Rosa tem o objetivo de resgatar a autoestima de mulheres em tratamento de quimioterapia.

Segundo ela, o melhor aluno do curso receberá uma máquina de costura industrial para começar o negócio. “Em contrapartida, ele ou ela precisará doar cinco perucas à Humsol”, diz. A iniciativa tem como objetivo incentivar os novos peruqueiros a continuarem ajudando vítimas do câncer.

Durante os 25 dias em que o projeto estará na cidade, de segunda a segunda, os alunos participarão de aulas práticas, nas quais terão a oportunidade de aprender todo o processo produtivo das perucas. Em seguida, eles poderão fixar o conteúdo teórico à distância e obter informações pertinentes à geração de renda, por meio de uma plataforma online que possibilitará contato com disciplinas relacionadas a finanças pessoais, marketing e empreendedorismo.

De manicure a peruqueira

A manicure Milania Santana dos Santos, 30, não tinha nenhuma prática com máquinas de costura ou perucas. O que não lhe faltava era vontade de aprender. Ela foi uma das selecionadas para participar do projeto e, desde o início das aulas, sai de casa às 5h30 da manhã rumo ao caminhão-escola. “São mais de duas horas de Piraquara até o shopping, mas vale a pena. Essa oportunidade está sendo muito gratificante”, conta.

No fim do curso, quando terminar sua primeira peruca – de muitas por vir –, vai presentear sua amiga, que está batalhando contra o câncer. “Quero levar isso para a minha vida. Vou comprar uma máquina e ajudar muitas pessoas”, diz a nova peruqueira.

Doe cabelo

Durante todo o período em que o caminhão-escola estiver no ParkShoppingBarigüi será possível realizar as doações de cabelo no local. Os cortes devem ser feitos por conta do doador.

A aposentada Neiva Maria Comin Zigolo prometeu, há dois anos e meio, que doaria seu cabelo assim que seu marido melhorasse da depressão. “Cuidei muito dos fios, só usava produtos de qualidade e evitava o secador. Espero que quem receba o meu cabelo sinta todo o carinho desses cuidados”, diz.

Para ela, a experiência foi gratificante. “Foi maravilhoso por dois motivos: primeiro por eu ver meu marido melhor e segundo por ajudar a devolver a autoestima de alguém”, conta, emocionada.

Neiva depois de cumprir sua promessa: doaria seu cabelo assim que o marido melhorasse da depressão. Foto: Divulgação.
Neiva depois de cumprir sua promessa: doaria seu cabelo assim que o marido melhorasse da depressão. Foto: Divulgação.

A pequena Geovana Pereira Zattoni, de sete anos, decidiu doar seu cabelo há mais de um ano. “Ela viu um vídeo sobre uma menina que tinha doado e se inspirou em outras pessoas que o fizeram. Foi uma decisão dela, nunca influenciei em nada”, conta a mãe, Manuela Lopes Pereira, de 35 anos.

Minutos antes do momento tão aguardado, Geovana transmitiu sua mensagem em vídeo. “Queria dizer que vocês também podem ter uma boa atitude. Vocês de casa podem fazer igual”, disse a menina. Em poucas horas, a publicação no Clube da Alice teve mais de duas mil curtidas.

“O intuito do vídeo era formar uma corrente do bem, e deu certo. Vi uma reportagem sobre a dificuldade de fazer uma peruca, por isso é preciso conscientizar muita gente a doar”, afirma a mãe.

Antes e depois de Geovana cortar o cabelo para doar à Fundação Laço Rosa. A menina gostou tanto da experiência que vai repetir a boa ação quando as madeixas crescerem novamente, conta a mãe. Fotos: Arquivo Pessoal.
Antes e depois de Geovana cortar o cabelo para doar à Fundação Laço Rosa. A menina gostou tanto da experiência que vai repetir a boa ação quando as madeixas crescerem novamente, conta a mãe. Fotos: Arquivo Pessoal.

Serviço

Projeto Força na Peruca / Fundação Laço Rosa

De 14 de julho a 04 de agosto

ONG amiga: Instituto Humsol – Rua Marechal Deodoro, 252, 7º andar, Edifício Nosso Banco. Telefone: (41) 4106-7072

Local: ParkShoppingBarigüi – Rua Professor Pedro Viriato Parigot de Souza, 600, Mossunguê

O projeto tem o apoio da campanha #fortalizese, Governo australiano e Truckvan, empresa especializada na fabricação de soluções sobre rodas.

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