Comportamento

Redação

Esquentou, esfriou? Na saúde e na moda, curitibanos convivem com o “efeito cebola”

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17/07/2017 17:36
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(Foto: Antônio More/Gazeta do Povo) | Gazeta do Povo

Quem é curitibano ou mora na capital há mais tempo conhece bem o “efeito cebola”. Nessa época do ano, as manhãs são geladas. Sair da cama é mais difícil e, para não passar frio na rua, é importante se agasalhar bem. Com o passar das horas, a coisa muda. Ao meio-dia começa o tira-tira. Tira a touca, a japona, o blusão de lã. No fim da tarde, a “friaca” volta com força – e os agasalhos ao corpo. Essa diferença grande entre as temperaturas mínimas e máximas em um dia é bastante comum em Curitiba e conhecida pelos meteorologistas como amplitude térmica.
Na amplitude térmica, apesar do frio intenso da manhã, o ar esquenta rápido durante o dia, e a sensação de calor aumenta. Porém, com o passar das horas e o pôr do sol, o ar esfria novamente. E no fim da tarde as temperaturas voltam a cair num curto espaço de tempo. Na prática, é sensação de frio-calor-frio com pouco tempo para o corpo se acostumar.
A otorrinolaringologista do Hospital Nossa Senhora das Graças Jemima Hirata explica que a variação brusca do quente para o frio é pior para o corpo, principalmente para as vias respiratórias. “Com temperaturas mais baixas, os microcílios que temos nas mucosas respiratória e pulmonar, responsáveis por expelir as impurezas, como fungos, vírus e bactérias, ficam mais lentos. E também produzimos menos muco”, afirma.
Segundo a especialista, trocas térmicas fazem muito mal para a mucosa nasal, causando inclusive até irritações. “O organismo tem uma grande capacidade de adaptação, mas ela é lenta. Com tanta variação o corpo não consegue se acostumar, causando esses desequilíbrios”, diz a médica.
Na moda: camadas e camadas
Para escolher a roupa certa para o tempo “maluco” de Curitiba, a dica é se vestir em camadas. Para aguentar as baixas temperaturas de manhã e à noite, calor no meio do dia e, às vezes, até uma pancada de chuva no caminho, o melhor é usar camadas para tirar ou colocar conforme os dissabores climáticos.
Para a técnica das sobreposições ficar interessante, em especial nos looks femininos, a recomendação é usar peças com recortes diferentes, como casacos, em cores que contrastem com a cor da blusa ou camisa debaixo.
Ou então fazer um mix inusitado de texturas, como explica a produtora de moda Letícia Tie. “Misturamos um vestido de moletom, que é mais esporte, com uma blusa de renda preta por baixo e uma jaqueta de tachas, bem rock-n’-roll”, diz. Quando as temperaturas estiverem mais baixas, basta acrescentar ao look uma meia grossa e trocar a jaqueta por um casaco mais quente.
Para os homens, a dica é abusar dos coletes, que dão um toque diferente ao visual, e das sobreposições de moletom e tricô – os mais ousados ainda podem também fazer um mix de estampas e, até, juntar à produção de frio, um cachecol.
Pior na primavera
De acordo com dados do Simepar, em todo o estado do Paraná, o desconforto provocado por dias de grande amplitude térmica é mais comum no início da estação da primavera. Então prepare-se, o verdadeiro “efeito cebola” ainda está por vir.
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