Comportamento

Redação, com informações da Infomoney

Garoto de 12 anos furta cartão da mãe, gasta R$21 mil e “curte a vida adoidado”

Redação, com informações da Infomoney
25/04/2018 10:25
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A polícia australiana investiga como um adolescente de 12 anos conseguiu viajar sozinho até a ilha de Bali e permanecer por quatro dias em um complexo turístico. Foto: Bigstock

Um menino de 12 anos teve uma atitude um pouco inusitada após receber o “não” de sua mãe: pegou o cartão de crédito da família e comprou uma viagem de quatro dias de sua casa, na Austrália, para Denpasar, na ilha de Bali.
Drew (nome fictício para proteger a identidade do garoto) planejou tudo direitinho: enganou sua avó para ficar com o passaporte e arrumou uma mala com camisetas e shorts. Ao invés de ir para a escola de manhã, Drew pegou o trem para o aeroporto, fez o self check-in através dos totens de autoatendimento e passou pela segurança sem nenhum problema. Como contou ao portal 9news, ele descobriu que poderia viajar por diversas companhias aéreas sem uma carta de seus pais e que as únicas coisas que precisava era de um passaporte válido e de sua carteirinha da escola.
A única vez que o questionaram sobre estar sozinho foi quando chegou na alfândega de Bali, mas o garoto disse aos policiais de imigração que sua mãe o estava esperando do lado de fora – e funcionou.
Quando chegou a seu destino – já conhecido por viagens anteriores com a família, Drew alugou uma motocicleta e apesar de não tem carteira de motorista, dirigiu pela cidade e até comprou cerveja. Ele ficou hospedado no hotel All Seasons, onde fez o check-in afirmando que sua irmã chegaria depois.
Na Austrália, sua família ficou extremamente preocupada atrás dele e alertou a polícia local, que começou a rasteá-lo. Após tirar fotos e publicá-las online, a polícia conseguiu encontrar o menino, fazendo com que seus pais fossem até Bali para levá-lo de volta para casa. No total, Drew gastou US$ 6.100 em sua aventura (cerca de R$ 21 mil, de acordo com a última cotação).
Essa não é a primeira vez que Drew tenta fugir de casa. Segundo o portal, ele fez sua primeira tentativa aos 2 anos de idade, mas foi encontrado perto de casa no parque do bairro.
A polícia australiana investiga como um adolescente de 12 anos conseguiu viajar sozinho até a ilha de Bali e permanecer por quatro dias em um complexo turístico usando o cartão de crédito de seus pais.
Falta de limites?
É quase impossível julgar o caso do garoto como falta de limite dos pais, excesso de mimo ou ausência de responsabilidade dos adultos. O caso é que uma uma geração de “crianças mimadas” está se formando por uma mudança social e até econômica, conforme apontam vários estudos e especialistas.
“O pais e as mães estão muito mais ausentes, trabalhando muito. As crianças ficam muito ligadas em aparelhos tecnológicos e tendo pouco contato com a família. Isso desencadeia um comportamento social sem muitos limites”, explica a psicóloga Laurema Suckow de Castro
Limite aliás, é a palavra chave para lidar com uma criança mimada e também pode ser a “salvação” para esse tipo de comportamento. O problema, conforme analisa a psicóloga, é que a culpa dos pais acaba desencadeando um comportamento vicioso. Os pais não querem repreender a criança porque sentem culpa por não passar mais tempo com ela. Os filhos percebem essa culpa dos pais e usam ao seu próprio favor, testando limites e – também – a paciência.
“Uma criança mimada é uma criança que tem baixa tolerância à frustração. Não sabe ouvir um não e não consegue se comportar bem socialmente”, explica Laurema.
Para a psicóloga, por mais que a culpa bata, os pais devem saber que os limites são essenciais na educação dos filhos e que são eles – os pais –  sabem o que é melhor para as crianças durante a infância.
Parece lógico, mas muitos pais têm dificuldades em colocar limites nas crianças e terceirizam essa função, seja para a escola ou para especialistas. Laurema salienta que uma situação muito comum hoje em dia é os pais buscarem diagnósticos para criança, chamando-a de hiperativa ou mesmo buscando ajuda médica para lidar com um comportamento inadequado.
“Há diferenças grandes entre uma criança com alguma síndrome e uma criança sem educação, sem limites. Os pais não podem confundir. Na dúvida, é importante buscar orientação”, salienta Laurema.
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