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(Fotos: André Rodrigues / Gazeta do Povo)
(Fotos: André Rodrigues / Gazeta do Povo)| Foto: Gazeta do Povo

Georgia Furlan, de 13 anos, tem um sonho: viver sob os holofotes. Seja desfilando, cantando ou atuando, essa catarinense por nascimento (mas curitibana de coração) aprendeu logo cedo que nem sempre o mundo facilita, mas não há limites para quem vai atrás daquilo que quer. Georgia tem síndrome de Down e o desejo de brilhar nos palcos por aí.

A descoberta da vocação aconteceu nas férias, quando a família descansava em um hotel de Foz do Iguaçu. “Os recreadores chamaram na plateia quem queria fazer uma interpretação. Ela levantou na hora e foi lá dançar. Eu nem acreditei”, conta a mãe Rubia Furlan Traebert. O susto passou. Muitas aulas de teatro e canto depois, hoje Georgia compõe o casting de quatro agências de atriz e modelo, incluindo duas de São Paulo e uma no Rio de Janeiro.

A relação profissional com as agências começou em 2015 no Projeto Passarela, maior convenção da América Latina em busca de novos talentos. “Ela quis ir, mas eu estava em dúvida. No fim disse vamos e ela acabou sendo selecionada por sete agências. Dessas eu escolhi quatro”, conta a mãe, que foi eleita Miss 1992 na pequena Orleans, cidade no Sul de Santa Catarina, onde nasceu o ator e apresentador Rodrigo Hilbert.

Criado em 2004, o Projeto Passarela já revelou mais de uma centena de modelos internacionais como Lucas Kittel, Danielly Silva, Andressa Sacht, Karina Trizotti, Ingridy Andrade, Marcelle Bittar e a paranaense Viviane Orth. Na dramaturgia, o Passarela foi o responsável por descobrir Larissa Manoela, atriz que se tornou um fenômeno infanto-juvenil pela interpretação da personagem Maria Joaquina, do Carrossel.

(Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo)
(Foto: André Rodrigues / Gazeta do Povo)| Gazeta do Povo

Por sinal, Larissa Manoela é uma das inspirações de Georgia. Ao lado de Martina Stoessel, protagonista de Violetta, série da Disney Channel, e da boneca Emília, do Monteiro Lobato. “Eu sempre gostei da Emília porque ela é meio maluquinha e fala pelos cotovelos”, conta Georgia, aos risos.

A página oficial dela no Facebook, criada em novembro de 2016, tem mais de 3.200 fãs. Suas fotos normalmente recebem algumas centenas de curtidas. A mais popular tem pouco mais de 7 mil curtidas e centenas de comentários. Os comentários, por sinal, vêm de todo o mundo. “Tem muita gente que manda mensagem e faz elogios de outros países. Venezuela, México, Estados Unidos. Até mensagem em línguas que não entendemos já veio”, conta Rubia.

A ideia de criar a fanpage nasceu espontaneamente após algumas fotos de Georgia postadas em seu perfil pessoal receberem milhares de curtidas. A partir dali começaram a pipocar mensagens de incentivo, apoio e identificação com outras famílias e pessoas com síndrome de Down.

Além da fama, Georgia quer ser exemplo. Servir de incentivo para outras crianças e jovens com síndrome de Down que desejam cantar, atuar ou modelar. A mãe, principal apoiadora da causa, diz que as famílias de pessoas com Down precisam de estímulo. “Toda mãe quando descobre, sofre, não sabe o que vem pela frente. Eu sempre digo que é do luto à luta. Queremos quebrar essa barreira. Mostrar que a criança com síndrome de Down também pode cantar e desfilar se quiser. Eles podem ser tudo o que quiserem.”

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