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Seu filho está enrolando, de novo, para comer a salada do prato? Respire. Esse comportamento de ‘picky eaters’ (ou alguém que seleciona demais o que vai comer) não representa, geralmente, algum problema nutricional da criança, mas sim um teste de autoridade. Quando a criança passa a comer sozinha, ela perde parte da atenção dos pais que tinha antes nas refeições e, associado a um receio de experimentar alimentos com texturas e cores diferentes, a criança recusa a comida, esconde ou mesmo espalha o alimento pelo prato, a fim de tentar enganar os adultos.

Esse comportamento é muito comum diante de frutas e verduras, de acordo com Gisele Pontaroli Raymundo, professora de nutrição da PUCPR, mesmo que a criança tenha comido esses alimentos a ‘vida’ toda. “A criança cresce e muda os interesses. Ela sabe que brincar é muito mais legal do que comer, e se distrai com outras coisas, ou a mãe vê que o filho não comeu nada no almoço e dá um iogurte logo depois. Os pais não devem fazer isso. Eles podem esperar a próxima refeição, que a criança não vai morrer de fome, mas isso é muito difícil que eles entendam”, explica.

Não é o mesmo apetite

Um dos erros mais comuns dos pais é acharem que o apetite do filho é o mesmo que o deles, e esperar que ele coma a mesma quantidade de comida. Embora o primeiro ano da criança seja marcado por um crescimento rápido, com uma necessidade calórica maior, a partir do 18º mês e até os dois anos há uma desaceleração natural da velocidade de crescimento – o que reduz o tamanho do prato da criança.

“Respeite o apetite do seu filho, ou a falta dele. Se a criança consumir ao menos a metade da refeição oferecida, aceite”, diz Daniela Gomes, pediatra e nutróloga do Hospital do Coração (HCor), em São Paulo.

Sem chantagem

Barganhar a cenoura pela sobremesa ou pelo tempo no tablete só vai trazer a sensação de que comer salada é ruim e precisa ser recompensado por algo ‘bom’. Quando menos esperar, a criança perceberá a refeição como um castigo, e a sobremesa como prêmio, prejudicando a relação do filho com o momento de se alimentar.

Também não ceda ao iogurte e à bolacha depois da refeição para fazer com que a criança coma, ao menos, um pouco. Se a criança falar que sente fome, esquente o almoço. Ou, espere até à próxima refeição – isso não vai causar um problema nutricional na criança, embora muitos pais pensem assim, explica a nutricionista Gisele.

Dê o exemplo

Uma das melhores formas de incentivar a alimentação saudável na criança é dando o exemplo. Se você ofereceu uma banana, e o filho recusou, coma a banana. Procure, também, oferecer o mesmo alimento de formas diferentes, e em momentos distintos. A cenoura cozida não fez sucesso no prato, tente servir crua, misturada com o arroz, em forma de suco ou vitamina, além do bolo.

Mantenha uma rotina com horários de refeições e procure envolver a criança na hora da compra dos ingredientes e no preparo do alimento. “Fazer as refeições em horários regrados, longe de objetos que tirem sua atenção, além de oferecer alimentos saudáveis, são algumas medidas capazes de fazer com que os filhos entendam que aquele é um momento importante do dia”, explica Daniela.

Não seria uma gripe?

Na maior parte dos casos, o comportamento seletivo da criança à mesa é justamente isso: comportamental. Porém, alguns comportamentos têm uma origem orgânica. Por exemplo, a gripe, resfriados, infecções respiratórias e a anemia, que diminuem o apetite da criança.

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