Comportamento

Marina Mori

Morre o artista plástico Carlos Eduardo Zimmermann

Marina Mori
04/06/2018 13:52
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Carlos Zimmermann na montagem da exposição em comemoração aos 30 anos do espaço Zilda Fraletti. Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo | Gazeta do Povo

Morreu na manhã desta segunda-feira, 4, o pintor, desenhista e gravador paranaense Carlos Eduardo Zimmermann. O corpo do artista foi encontrado na casa dele, no bairro Mossunguê, que também funcionava como atelier, pelo motorista e funcionário pessoal.
Ainda não se sabe a causa do falecimento de Zimmermann, que tinha 65 anos e era considerado um dos maiores artistas plásticos do Paraná. Em janeiro, o antoninense radicado em Curitiba desde a juventude havia passado por uma cirurgia devido a um câncer de próstata. O horário e local do enterro ainda não foram confirmados, mas deve ocorrer na terça-feira (5).
“Ele estava tão bem. Falamos por WhatsApp no sábado depois de ele ter ido a uma festa, estava animado e cheio de planos”, contou a galerista Zilda Fraletti, grande amiga e parceira de trabalho de Zimmermann, por telefone ao Viver Bem. Ela recebeu a notícia no fim desta manhã e também aguarda mais informações sobre o falecimento.
Carlos Zimmermann na montagem da exposição em comemoração aos 30 anos do espaço Zilda Fraletti - galeria de arte.
Carlos Zimmermann na montagem da exposição em comemoração aos 30 anos do espaço Zilda Fraletti - galeria de arte.
Segundo ela, o artista vivia uma fase de novas descobertas na profissão. “Ele tinha achado uma linguagem bem concreta, bem abstrata. Uma linguagem que representava o caminho perfeito dele”, disse Zilda. Ninguém melhor do que a galerista para afirmar isto. Foi com Zimmermann, que havia sido pupilo de Guido Viaro de 1897 a 1971, que ela ingressou na carreira dos consórcios de obras de arte, em 1984.
E foi com ele que trocou as conversas mais significativas sobre o universo artístico, desde quando a amizade dos dois se concretizou durante o período em que moraram em Londres, em 1978. “Ele foi a pessoa mais doce que conheci. Era tão sensível que sofria demais por isso. Sempre tão criativo e dedicado“, contou, emocionada.
Estas são algumas das últimas obras de Ziemmermann: à esquerda, Geometria da Cor 1; à direita, Geometria da Cor 2. Segundo a curadora, elas têm um brilho muito especial. "Mesmo apagando as luzes de cima dá para ver a luz". Fotos: Zilda Fraletti / Arquivo Pessoal
Estas são algumas das últimas obras de Ziemmermann: à esquerda, Geometria da Cor 1; à direita, Geometria da Cor 2. Segundo a curadora, elas têm um brilho muito especial. "Mesmo apagando as luzes de cima dá para ver a luz". Fotos: Zilda Fraletti / Arquivo Pessoal
Zilda havia ido para o Reino Unido estudar inglês e Zimmermann acabara de ganhar uma bolsa de estudos do governo inglês para uma pós-graduação em desenho e pintura no Royal College of Art, Londres. Depois da temporada na Europa, a carreira, que estava em ascensão, ganhou cada vez mais reconhecimento.
Em 1982, o artista foi recomendado pela Fulbright Commission para um programa de um ano de especialização em artes, realizado em Nova York, na School of Visual Arts.
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