Comportamento

Katia

O que é “pedir biscoito”, a expressão que está bombando na internet

Katia
08/04/2019 11:25
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A expressão nada mais é do que pedir atenção nas redes, um fenômeno que aumenta a cada dia. Foto: Bigstock

Mal dá tempo de carregar o celular ou dormir oito boas horas de sono que a internet já está bombando com alguma gíria nova. Não dá para acompanhar tudo e algumas expressões são auto explicáveis. Outras, no entanto, deixam dúvidas.

E não adianta consultar o dicionário, basta mesmo ficar atento aos memes e viralizações. Dessa vez, o que está tomando conta da internet é a expressão “pedir biscoito”.

Não ninguém está pedindo comida, mas sim atenção.  É aquele fenômeno que surgiu com as redes sociais: quem posta, quer ser visto, “quer confete”. E principalmente quando as pessoas postam selfies, fenômeno mundial, é comum a pessoa assumir que está “passando para pedir um biscoito”, ou apenas pedir uns cliques mesmo.
O interlocutor também pode definir quem pede muito biscoito “você é biscoteiro” ou até arriscar o neologismo “biscoitar” para definir o ato de postar selfies demais para pedir atenção.

A expressão que significa ganhar elogios da internet é uma referência de quando damos biscoito ou petisco para os cães quando eles fazem algo corretamente. Assim você “dá um biscoito” para quem faz algo certo no intuito de elogiar alguém.

Não é preciso atualizar os números dos usuários de redes sociais saber que estamos vivendo uma epidemia de selfies e auto retratos. Mas nem sempre o efeito de “pedir biscoitos”, mesmo sem intenção, é positivo.
Funcionando por geolocalização, o Tinder pet vai ajudar ONGs a encontrar adotantes. Foto: Bigstock
Funcionando por geolocalização, o Tinder pet vai ajudar ONGs a encontrar adotantes. Foto: Bigstock
De acordo com relatório publicado em 2017 pelo RSHP, as mídias sociais vêm exercendo um forte impacto sobre o nosso bem estar: depressão, ansiedade, imagem corporal negativa, bullying, problemas para dormir e o famigerado FOMO (Fear of missing out, ou seja, o medo de “perder alguma coisa” por não estar conectado) foram algumas das constatações. Afinal, atire a primeira pedra quem nunca se sentiu um lixo passando pelo feed do Instagram: a impressão é que a vida alheia é muito interessante, menos a sua.
“É preciso de uma ação conjunta, com todos assumindo a responsabilidade, incluindo os gigantes das redes sociais, para que não exista uma epidemia de saúde mental nas próximas gerações. Será preciso um grande aumento de serviços nessa área para lidar com o problema”, salienta a diretora nacional de saúde mental do NHS (órgão de saúde da Inglaterra), Claire Murdoch, no site da campanha “Scroll Free September”, que propõe deixar de lado por um mês Instagram, Twitter e afins e a mania de estar rolando o dedo pela tela do celular o dia inteiro
Outros estudos, como o publicado pela Universidade de Pittsburgh no ano passado, relacionou inclusive o tempo de uso das redes com o risco de isolamento social. Por exemplo: se a pessoa passa mais de duas horas por dia no Instagram, facebook e twitter, as chances de isolamento social são o dobro das pessoas que gastam de 30 a 60 minutos diariamente. Então, se você anda “pedindo biscoitos” demais na internet, talvez seja o momento de repensar a atitude.
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