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Neste Dia dos Professores, o Viver Bem descobre como deve ser a relação entre pais e escola (Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo / arquivo)
Neste Dia dos Professores, o Viver Bem descobre como deve ser a relação entre pais e escola (Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo / arquivo) | Foto: Gazeta do Povo

A escola e a família nem sempre tiveram um relacionamento fácil, mas o escritor, psicólogo e palestrante Rossandro Klinjey prevê um futuro com muito menos rusgas e mais compreensão de ambas as partes.

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“A sociedade brasileira está percebendo que a civilização do país só vai acontecer pela educação. Essa tomada de consciência é muito importante e antecede a valorização do educador”, explica o psicólogo, que também é colaborador do programa “Encontro com Fátima Bernardes”, da Rede Globo.

Neste Dia do Professor, o Viver Bem conversou com Klinjey, via telefone, sobre as principais dificuldades dos professores e pais, como eles podem se ajudar, evitando acusações, e colaborando para um país melhor. Confira!

O escritor, psicólogo e palestrante Rossandro Klinjey conversa com o Viver Bem sobre a relação entre escola e família (Foto: Reprodução Facebook)
O escritor, psicólogo e palestrante Rossandro Klinjey conversa com o Viver Bem sobre a relação entre escola e família (Foto: Reprodução Facebook)

O que há para os mestres comemorarem neste Dia dos Professores?

Eu acho que a sociedade brasileira, não falo da questão política, mas de um modo geral, tem percebido que a civilização do país só vai acontecer pela educação. Essa tomada de consciência antecede a valorização do educador, e essa valorização vista em um amplo espectro. Não se trata apenas da remuneração, mas olhar para o professor como alguém importante, que merecer reverência, um olhar com respeito. O que faz com que a gente se torne um país do futuro não será o personagem que estará no poder, mas entender que a grande mudança, que é a educação que nos liga do presente ao futuro. E isso está começando a despertar na sociedade, antecedendo a valorização.

Existe uma percepção geral de que antes o professor tinha essa valorização, e depois se perdeu. Existiu essa quebra ou foi uma mudança na percepção das pessoas?

Antes havia sim maior respeito pelo professor, pela figura do professor. E isso se perdeu por um conjunto de fatores, não há uma única variável que explica isso. Por exemplo, diminuindo a remuneração desses profissionais, que torna a carreira de professor desinteressante, e as pessoas buscam a pedagogia por falta de opção. Mas vemos personagens de professores em filmes e seriados com importância, e não como motivo de piada, e esse olhar de relevância ao professor deve se manter.

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Como é a relação hoje entre escolas e professores?

Esse tema tenho tratado no Brasil e mesmo fora, ressaltando a ideia de que a família e a escola têm de ser parceiras. Há uma tendência em uma parte dos pais em deixar para terceiros a educação moral das crianças para a escola, e ela até pode colaborar, mas não é a sua tarefa principal. Por outro lado, a escola se queixa que os pais são omissos e muito da educação das crianças tem sobrado aos professores.

Existe o desejo dos pais que a escola seja um segundo lar, que é um desejo razoável e bem-vindo, mas para isso a família deve ser a primeira escola. 

Há, então, duas posições: ou continua esse nível de acusações entre pais e professores; ou entende que não é hora de procurar por culpados, mas por soluções. A escola se prepara para ajudar mais esses pais, mas não substitui-los, e os pais devem perceber que educar os filhos não significa dar tudo o que eles quiserem. Pais que não tem o respeito dos filhos terminam por criar um complicador para a escola.

Novo papel dos pais e dos professores

O grande professor é aquele que, além de repassar o conteúdo ao aluno, também está humanamente presente naquela relação. Mas, os pais devem pensar: “o que eu quero quando coloco um filho na escola?”, questiona Klinjey.

“Eu quero um terapeuta ou um educador? Quero que o professor instrua meu filho para que viva no mundo complexo ou que seja um babá, compreensivo, que coloque meu filho no colo? É o questionamento que os pais devem fazer. O professor pode colaborar com a educação moral das crianças, mas não pode fazer isso em substituição ao lugar dos pais”, explica o psicólogo. 

Da mesma forma, Klinjey lembra de uma reclamação comum entre pais e professores: as aulas fantásticas.

“O professor precisa ensinar, repassar conhecimento e educação exige esforço. Há um conjunto de pais que pressionam por aulas sempre empolgantes, fantásticas, que ameaçam tirar o filho da escola porque ele teve uma aula ‘chata’. Como se as aulas empolgantes tivessem de ser rotina. Não que elas precisem ser tenebrosas, mas não dá para imaginar um conhecimento que seja sempre lúdico, que todas as aulas sejam incríveis, e o pai precisa ensinar a respeitar esse processo”, diz Klinjey.

 

 

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