Ainda que o Brasil seja mundialmente conhecido como o país do carnaval, a festa divide opiniões entre os brasileiros. Enquanto milhares aproveitam o momento para entrar na avenida, sambar e se divertir, parte dos moradores apenas agradece pelo feriadão, curte o momento com a família em casa e tenta fugir da folia passando os dias longe do “agito”.
“E quanto mais longe melhor”. É assim que a recepcionista Bianca Maia Hahn, de 41 anos, descreve o momento. Segundo ela, a festa é marcada pela liberdade nos relacionamentos amorosos, excesso de bebidas alcoólicas e outros exageros que não combinam com seu estilo de vida. “Eu não gosto de nada disso”, afirma a moradora de Curitiba, que aproveita os dias de folga para visitar parentes. “Geralmente vamos para a casa da minha irmã, na praia, e passamos o feriado com ela. É um ótimo momento para colocar o papo em dia”.
Quem não gosta de carnaval aproveita o momento para ficar em casa, visitar parentes ou acampar.| Foto: Outdoor Cooking Pros
O auxiliar contábil Juliano Rosalino, de 22 anos, também fica longe da folia. “Nunca gostei de carnaval, então, aproveito a data para acampar em locais afastados da cidade”, diz. Segundo ele, além de dormir em barracas, observar as estrelas e ouvir os “sons da natureza”, a atividade ainda proporciona momentos de diversão, amizade e relacionamento com Deus.
E quem gosta da data?
Enquanto alguns aproveitam o momento para ficar com a família e os amigos longe da música alta, do samba e dos carros alegóricos, brasileiros como o empresário Caca Brainta, de 43 anos, ama todos esses itens. “Eu me preparo, faço fantasias e adereços para curtir a data com os amigos antes e durante o feriado”, relata o curitibano, que participou de um bloco carnavalesco nas festas de pré-carnaval da capital paranaense e agora viajará para o Rio de Janeiro curtir a folia com os cariocas.
“É um momento de libertação em que todo mundo se entrega à música, canta de braços abertos e age como é, realmente. Em um mundo cheio de problemas, diferenças e correria, esse ato de se entregar é um momento ápice, incomparável”, garante.
Assim como ele, a gestora comercial Leilaiane Andrade Cruz, de 26 anos, também vive todas as emoções disponíveis na festa. “Eu moro em Salvador, na Bahia, então o carnaval está no meu sangue”, afirma a jovem, que até recebeu um pedido de namoro durante a folia. “Foi no dia 18 de fevereiro de 2012. Eu aceitei, hoje ele é meu marido e vamos comemorar um ano do nosso filho neste carnaval”.
Além disso, ela garante que a data fortalece a economia do país e, por isso, aproveita o momento para trabalhar. “Nossa ‘folia’ começa um mês antes porque temos uma empresa de customização de abadás [camisas personalizadas para o carnaval]”, relata.
Devido à atividade comercial, ela passa todo o feriado focada em garantir a alegria dos foliões de dentro e fora do Brasil que visitam Salvador. “Atender o público e ajudar essas pessoas terem a melhor experiência no maior carnaval de rua do planeta é gratificante porque nosso carnaval é uma mistura de todos os povos e ritmos. Tudo é alegria e festa!”, garante a gestora, que separa um momento para cair na folia no último dia do feriadão. “Aí a gente se diverte também”.
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