Comportamento

Marina Mori

Sul é a região menos saudável do Brasil, diz pesquisa

Marina Mori
12/05/2017 08:00
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Uma pesquisa conduzida pelo Ibope Conecta com entrevistados de todo o país apontou que a região sul é a que menos ingere frutas, legumes e verduras em sua alimentação. A pesquisa foi realizada em parceria com Centrum Vinamints e contemplou 1 mil entrevistas,  realizadas pela internet com homens e mulheres com idade entre 25 e 50 anos, das classes A e B, em todo o país, com amostra representativa da população brasileira. A margem de erro é de quatro pontos percentuais com 95% de confiança.
Dois em cada três brasileiros afirmam ter dias agitados ou desregrados, segundo os resultados. Como justificativa, mais da metade da população sul (52%) come o que estiver disponível, de forma rápida, e apenas 16% mantêm a alimentação regrada mesmo com a rotina estressante. Em geral, a pesquisa apontou que as mulheres, a classe A e nordestinos são os que mais se preocupam com a alimentação.
Quando questionados sobre a disposição em mudar pequenos hábitos e situações no dia a dia para ter mais saúde e bem-estar, 40% dos sulistas consideram-se dispostos, porém acham difícil botar o plano em prática. Em seguida, a população do Norte e Centro Oeste, com 37% e o Sudeste, com 31%. A região nordeste foi considerada a mais interessada em caprichar na alimentação: 70% afirmaram estarem dispostos.
A nutricionista Andrea Forlenza aponta vários fatores que podem ser determinantes nos resultados da pesquisa, como o clima, a oferta de frutas e o ambiente litorâneo. “Como no sul o clima é geralmente mais frio, a tendência de comer alimentos mais energéticos é maior, enquanto a vontade de comer salada diminui.”
Sem desculpas
Não ter tempo para “nada” ou “precisar comprar comida pronta” são desculpas que não têm mais vez no vocabulário de quem quer se alimentar melhor. “Se o cuidado com a saúde é real, existem muitas opções no mercado, de delivery com opções equilibradas a marmitas congeladas”, diz a nutricionista. Ou seja: só depende de você.
“É claro que a correria do dia a dia é uma das principais justificativas para não se comer melhor, mas vejo que muitas pessoas se escondem atrás dela. Porém, mesmo na correria existem opções; é preciso estar determinado em incluir alimentos saudáveis na rotina”, afirma.
Um exemplo disso é um breve lanche na padaria. Em vez de escolher o salgado, que é puro carboidrato, que tal optar por uma salada de frutas que já vem pronta para o consumo?
E não adianta pensar “já que comi isso, que mal tem comer um pouco mais?”. Andrea explica que, embora seja difícil manter uma dieta regrada em 100% do tempo, o segredo está em se policiar em outros momentos ao longo do dia. “Assim, temos a chance de equilibrar em outras refeições.”
Meta certa
Até que a rotina saudável se torne um hábito – em que comer frutas e legumes diariamente seja espontâneo e não planejado –, pode levar alguns meses. Para isso, dois fatores contam na mudança: a persistência do indivíduo e o teor da meta imposta, segundo a especialista. “Às vezes a pessoa quer mudar tudo de uma vez, de um dia para o outro. Quando não consegue seguir esse objetivo, desiste facilmente. É preciso escolher uma meta realista. Consumir uma ou duas frutas diariamente, por exemplo, já é um grande avanço. Em cerca de seis meses isso se torna um hábito”, explica.
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