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Prazeres e pecados da costela
| Foto: GAZETA

Para quem é carnívoro, a costela é uma daquelas iguarias que provocam desejo e desconfiança ao mesmo tempo. A simples imagem do suculento naco de carne pingando gordura já denota um alimento supercalórico, perfeito para entupir artérias e elevar os ponteiros da balança. Esta carne detona qualquer dieta: enquanto 100 gramas de cupim têm 13 gramas de gordura e a picanha 20, o teor de gordura na mesma quantidade de costela é de 28 gramas. Para piorar, boa parte da gordura está entremeada nas fibras, sendo impossível separá-la. No ser humano, como a gordura atrapalha a produção de óxido nítrico, substância necessária para manter as veias flexíveis, com o tempo pode haver o endurecimento das artérias e os riscos de doenças cardíacas e derrames aumentam.

Embora o calor do fogo faça com que parte da gordura escorra, não se pode deixar enganar. Mesmo derretendo, ela não vai embora. “A gordura vem sólida e, como a manteiga, quando é aquecida se torna líquida. Mas a carne age como uma espoja e a absorve e é também por isso que ela fica molinha e saborosa”, explica a nutricionista Maria Emília Suplicy.

Equilíbrio

Mas, se acompanhada dos alimentos corretos, a costela pode contribuir para a sua saúde e ser um presente para o paladar. Para não sentir a consciência pesada a cada garfada, é bom equilibrar o prato. Não é porque você foi a um costelão que precisa comer só a carne. Procure balancear a refeição com alimentos de outros grupos, sem esquecer da salada. A dica é da nutricionista e membro do Conselho Técnico do Serviço de Informação da Carne (SIC) Licinia de Campos. “Para minimizar a gordura ingerida, o ideal seria consumir o máximo de fibras não solúveis em conjunto, como folhas verdes, alimentos ricos em fibras como mandioca (sem ser frita), milho verde cozido etc”, diz. Ela explica que a fibra não solúvel absorve a gordura na digestão e a carrega para fora.

Consumidores assíduos de costela, o vice-governador Orlando Pessuti e o gourmet e jornalista Luiz Alfredo Malucelli, o Malu, (este último colunista semanal da Gazeta do Povo), contam que a carne não está mais tão presente nos cardápio de ambos como em tempos passados – graças a uma coincidente restrição alimentar. “Tenho me alimentado de forma mais controlada nos últimos anos, mas não deixei de consumir a costela ou outras carnes”, conta Malu. Enquanto ele prefere o preparo em casa, o amigo Pessuti reconhece que não consegue ficar muito tempo longe da costelaria. “A costela é o prato mais saboroso, ótimo para quem gosta de comer carne, pois tem um sabor aprimorado”, diz. Ele indica o Costelão do Gaúcho, local que frequenta há vários anos. “Sou cliente porque, além do preço ser bem acessível, a carne é muito boa e há grande variedade de acompanhamentos”, afirma.

Ferro, proteína, vitaminas do complexo B, zinco, ômega 6, ômega 3 e minerais como o fósforo, potássio e magnésio estão entre os nutrientes encontrados na carne. “A carne bovina brasileira é considerada uma das mais magras do mundo e incluí-la no planejamento alimentar pode ser uma excelente maneira de desfrutar de sua versatilidade, assegurar ingestão adequada de proteínas e aumentar a boa nutrição”, afirma a nutricionista Licinia.

E há como comer costela sem escorregar na dieta? Para o médico veterinário e proprietário da Casa de Carnes Dr. Carnes, Ernani Cartaxo Neto, o jeito é restringir a frequência. “Costela boa tem de necessariamente ser gorda (com bom acabamento) e, portanto, não é indicada para pessoas com restrição alimentar. Mas ninguém come essas iguarias todos os dias, não é?”

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Serviço

Dr. Carnes, Rua Hildebrando Cordeiro, 117
(41) 3336-5556.

Costelão do Gaúcho, Mateus Leme, 2.167 (41) 3254-5265.

Nick Costela, Rua Bruno Filgueira, 2397. (41) 3335-1575.

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