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Para professor, a experiência irá ajudar a levar mais conteúdo para a sala de aula. Foto: Alexandre Mazzo/ Gazeta do Povo
Para professor, a experiência irá ajudar a levar mais conteúdo para a sala de aula. Foto: Alexandre Mazzo/ Gazeta do Povo| Foto:

Quem gosta de papear sabe que de uma corrida de Uber – ou de outros aplicativos – podem surgir boas histórias. Nas próximas semanas, você poderá ser passageiro de um motorista que tem uma agenda de trabalho bem disputada fora do automóvel. Estamos falando do professor de Marketing e Inovação Jorge Biff Netto, de 40 anos, que é consultor, mestre em Administração e especialista em Empreendedorismo pela Babson College.

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Biff é um daqueles professores que costumam ter resposta pra quase tudo nos MBAs onde dá aulas. Para isso, ele costuma experimentar novidades disponíveis no mercado.

Ele partiu da ideia de que o melhor jeito de compartilhar conhecimento é por meio da experiência.

“Gosto de trabalhar com coisas práticas, reais; é muito difícil explicar algo sem vivenciá-lo. Gosto de ter contato e usar os serviços para saber como funcionam.”

Dessa forma, decidiu começar avaliando um dos aplicativos mais populares: o Uber.  Primeiro, pelo ponto de vista do consumidor. “No meio do ano, vendi o meu carro e passei a rodar de Uber. Pude escutar muitas versões sobre como era trabalhar para a empresa. Percebi que alguns motoristas lançam mão de estratégias interessantes para otimizar o trabalho, como mapear melhores horários”, conta o especialista em inovação.

Uma das histórias mais curiosas foi de um recordista em número de corridas, com cerca de nove mil viagens realizadas. Ele estava sem trabalho havia oito meses, quando decidiu começar a dirigir pelo Uber. Na época, ele conseguiu dinheiro emprestado e aprendeu sobre as dinâmicas de chamados.

“Ele começa cedo, perto das 7h, e vai até as 15h, quando faz uma pausa de uma hora para almoçar e tomar banho. Depois ele segue direto até as 23h, quando considera o melhor horário. Com essa rotina, ele conquistou uma renda próxima de R$ 5 mil por mês”, explica o professor, interessado na novidade tecnológica e no impacto dessas inovações na vida das pessoas.

Agora, ele irá se colocar no lugar dos motoristas do aplicativo – e também espera colher muitas impressões para poder compartilhar com seus alunos. Depois do Uber, Biff pretende ampliar sua experiência como fornecedor em aplicativos. Com o Airbnb, por exemplo, que é o aplicativo mais conhecido de hospedagem, o professor que já foi recebido em casas no exterior, quer ter a vivência de também abrir as portas de sua residência.

Foto: Alexandre Mazzo/ Gazeta do Povo
Foto: Alexandre Mazzo/ Gazeta do Povo

Sobre sua temporada como Uber, Biff diz que vai fazer questão de contar a seus passageiros sobre o experimento. “Acho que vou encontrar pessoas que nunca imaginei, e que vou assustar algumas com minha história. Eu também queria experimentar o Tinder, mas minha esposa não deixou”, conta em tom de brincadeira.

Teoria x prática

A ideia do experimento surgiu para embasar suas aulas. Biff explica que procura estudar a fundo o funcionamento das novidades que apresenta porque grande parte de seus alunos é de uma geração que vivenciou a transição do analógico para o digital e que, dessa forma, trazem consigo características das duas fases. Ele ressalta que essa geração se adaptou bem às novas tecnologias, mas que, em muitos casos, costumam pesquisar primeiro como essas facilidades podem ajudar no dia a dia, para só então adotá-las.

Para esse grupo, as soluções digitais são muito bem-vindas, mas não substituem a experiência – apenas a complementam. São pessoas que podem comprar uma tecnologia nova se compreenderem sua mecânica e que precisam entender, por exemplo, por que um aplicativo precisa ter acesso à senha de sua conta bancária.

“As pessoas precisam se informar mais sobre as possibilidades e, principalmente, experimentar”, alerta.

Em tempos de acesso fácil a todo tipo de informação, a experimentação também está ligada à ideia de se diferenciar e criar uma relação única com as ofertas em escala. Para o especialista, estamos vivendo um período muito rico, onde é possível acessar as informações que são de seu interesse, fazer as conexões, viver as experiências que fazem sentido individualmente e transformar isso em algo novo e valoroso.

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