Animal

Ele sabe que fez errado! Será que sabe mesmo?

Adriano Justino
17/11/2017 12:23
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Foto: Divulgação

Quantas vezes você lembra de ter visto seu cão fazer aquela carinha de dó, aquela que só faz quem se sente culpado pela coisa horrível que fez? Pois bem, essa cara é uma das formas naturais de um cão mostrar a outro amigo que não quer brigar – podemos notar que os olhos ficam apontados para você e o focinho apontado para outra direção, nesse caso para baixo, o que é muito comum quando animais evitam alguma situação sem deixar de analisá-la, por identificar um perigo iminente.
Mas ele faz a mesma cara sempre que faz errado, como ele pode não se sentir culpado? perguntam os incrédulos. Infelizmente alguns sentimentos mais complexos são sentidos somente pelos seres humanos, que fazem análises racionais de mais longo prazo. O que o cão é capaz de sentir é o medo por levar uma bronca no meio do papel higiênico picado, por exemplo. Como a situação se torna frequente, a repetição de eventos faz com que o cérebro comece a identificar um padrão: Se eu estiver no meio do papel picado, levo bronca. Mas a percepção vai além. Toda vez que ele se contrai de medo e dá o sinal de que está desconfortável com a situação, a bronca pára e vira um monte de frases delicadas e cheias de atenção, como “Olha, que safado! Ele sabe que fez errado!” Ou seja, papel picado e dono chegando, hora de sentir medo, recusar a situação e fazer aquela cara de dó, assim o perigo passa e tudo vira festa rapidinho!
Infelizmente esse poder limitado de raciocínio lógico não faz conexões suficientes pra que o cão entenda que, se ele não picar o papel, não terá papel picado quando o dono chegar, devido ao tempo decorrido entre um evento e outro. A única lembrança que ele tem é a de que destruir aquele rolo fofinho é uma sensação maravilhosa! Logo, quando não tiver ninguém em casa pra atrapalhar a brincadeira, começa tudo de novo.
Então o que fazer pra que o cão entenda logo que não deve destruir o papel? É muito útil repetir eventos diariamente onde o papel higiênico esteja no ambiente mas não chame atenção, com uma brincadeira de bolinha por exemplo, onde a bolinha cai no banheiro, ele busca e não estraga o papel. Depois, quando ele for ficar sozinho, impeça que entre em contato com a área proibida, fechando a porta do banheiro ou, se tiver que ficar aberta, retirando o rolo todas as vezes que o cão estiver sem supervisão. Assim ele vai esquecer que o papel higiênico chama atenção quando está sozinho e, com repetição e constância, começa naturalmente a procurar outra coisa pra fazer, muito provavelmente uma daquelas brincadeiras que ele lembra que foram boas.
Esses exercícios que combinam trabalhos físicos e mentais direcionados, ajudam a resolver, além do comportamento destrutivo, problemas como cavar jardim, roer móveis, subir na mesa pra roubar comida, acessar locais proibidos, e muitos outros. O tempo de repetição de cada exercício varia a cada raça, idade, perfil psicológico e intensidade do comportamento apresentado, apresentando uma faixa média de 2 a 7 dias para as primeiras respostas positivas e de 30 a 60 dias para a fixação dos novos comportamentos.
Serviço:
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