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Lesões musculares mudam a rotina de atletas amadores e profissionais

GPBC
18/06/2018 10:14
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As lesões osteomusculares costumam ser sinônimo de dor e, no caso dos atletas – sejam eles profissionais ou amadores – isso implica no afastamento temporário das atividades físicas. Entre os praticantes de corrida, pesquisas indicam que 90% dos esportistas já sofreram algum tipo de lesão.
Em esportes de impacto como futebol e basquete, que envolvem o contato físico dos jogadores, o médico radiologista musculoesquelético da Clínica Cetac, Guilherme Nasser, explica que as lesões agudas são mais frequentes, geralmente decorrentes de algum tipo de trauma. Já nas modalidades individuais como corrida, natação, tênis ou triatlhon, Nasser fala que as lesões crônicas são as que mais preocupam. Segundo ele, nesses esportes, o problema geralmente surge em decorrência da sobrecarga em uma articulação ou um segmento muscular.
É o caso da dentista Paola Rebelatto Alcântara, 41 anos, que pratica atividade física desde criança e é corredora há quase 15 anos. Há três anos, porém, começou a praticar triatlhon e passou a conviver com alguns problemas em diferentes pontos do corpo. Já tratou a panturrilha, o ombro e agora é uma faciíte plantar – inflamação da fáscia plantar, na sola do pé – que a incomoda.
Paola, que intercala os treinos de natação, corrida e ciclismo com musculação, fala que além dos exercícios, outro fator que pode desencadear as lesões é o seu trabalho diário, pois passa muitas horas em pé e mal posicionada. “Eu estou sempre monitorando essas questões para me recuperar logo, porque é uma tristeza não poder treinar”, afirma.
Desde que começou a praticar triatlhon, há 3 anos, a dentista Paola Alcântara convive com lesões em diferentes partes do corpo. (Foto: arquivo pessoal).
Desde que começou a praticar triatlhon, há 3 anos, a dentista Paola Alcântara convive com lesões em diferentes partes do corpo. (Foto: arquivo pessoal).

É preciso ouvir o corpo

O instrutor de jiu jitsu Dalmir Cezar de Souza, 40 anos, hoje é faixa preta Grace Barra na modalidade. Ele conta que são 14 anos treinando e alguns episódios de lesões, principalmente no ombro e no joelho, áreas mais suscetíveis no esporte. “Hoje, as lesões que eu tenho são resultado de não ter ouvido os sinais do corpo no momento certo. O atleta precisa adquirir essa maturidade para se dedicar à recuperação”, comenta o professor, destacando a importância de o praticante de jiu jitsu realizar um trabalho paralelo de fortalecimento muscular para diminuir o risco de lesões.
Amante da adrenalina e dos esportes, o arquiteto Thiago Mattar Assad, 36 anos, já perdeu as contas de quantas cirurgias precisou se submeter para corrigir lesões que desenvolveu quando era piloto de motocross ou depois que mudou de modalidade e passou a praticar duatlhon e triátlhon. Punho, costela e pé foram algumas das intervenções médicas em função de traumas ou sobrecarga nesses membros. Porém, os joelhos foram os mais fragilizados. Inicialmente, ele desenvolveu uma condromalácia patelar no membro esquerdo, ou seja, uma lesão na cartilagem do joelho. Como insistiu em continuar treinando e participando de competições de duatlhon, além de aumentar a gravidade da lesão, acabou comprometendo os dois joelhos e já passou por quatro intervenções cirúrgicas. “Hoje estou fazendo tratamento e fortalecimento muscular, mas ainda sinto dor”, comenta o arquiteto, que afirma que agora já está “voltando a pegar a estrada”, referindo-se ao treinamento de ciclismo em rodovia.
O arquiteto Thiago Mattar Assad insistiu em treinar e participar de competições mesmo lesionado e isso aumentou a gravidade do quadro. (Foto: arquivo pessoal).
O arquiteto Thiago Mattar Assad insistiu em treinar e participar de competições mesmo lesionado e isso aumentou a gravidade do quadro. (Foto: arquivo pessoal).
Segundo o educador físico Fabio Bronze Moreira, da Webtreino Assessoria Esportiva, a região da lombar é uma das mais vulneráveis do corpo porque, muitas vezes, acaba sustentando um impacto que não deveria. Além da lombar, ele enfatiza a necessidade de se redobrar os cuidados com os membros e músculos mais exigidos dentro de cada atividade. “Se o treinamento for direcionado para a corrida, os membros inferiores terão um impacto maior, desde a parte da sola dos pés até o quadril, passando pelas articulações dos tornozelos e joelhos e toda musculatura envolvida”, exemplifica.

Diagnóstico das lesões

A dor é o primeiro sinal de alerta do corpo. Guilherme Nasser salienta que o diagnóstico correto e no tempo adequado são fundamentais para os resultados do tratamento e o retorno do atleta à atividade física. De acordo com o médico radiologista, a primeira parte consiste no diagnóstico clínico com um especialista, geralmente um ortopedista ou um médico do esporte. A partir da avaliação desse profissional, serão solicitados os exames complementares necessários.
Entre os exames de imagem – radiografia, tomografia, ultrassonografia e ressonância magnética –, Nasser comenta que a ressonância magnética tem sido um dos mais solicitados pelos médicos para a avaliação dos atletas. “É um procedimento que auxilia muito porque contempla, em um único exame, a avaliação de várias estruturas. É possível verificar toda a lesão do atleta”, explica.

De volta aos treinos

Fabio Bronze destaca que mesmo depois de lesões graves é possível retomar a rotina de treinos. “Mas, para isso, é necessário seguir as orientações de um médico especializado, realizar o tratamento adequado e respeitar o tempo de regeneração para voltar gradativamente as atividades”, orienta.