Brasileira é eliminada antes do top 9 do Miss Universo

Pia Alonzo Wurtzbach passou a coroa de Miss Universo nesta segunda-feira (30) para a francesa Iris Mittaenare, nas Filipinas. A apresentação do concurso ficou por conta de Steve Harvey, na companhia de Olivia Jordan, Miss EUA 2015. Desde o início, o comediante lembrou o erro que virou o maior meme já visto no concurso, quando trocou a posição do primeiro e do segundo lugar. “Foi um ano longo. Mas me deixaram voltar e fiz até uma cirurgia nos olhos para não errar a leitura na hora que chegar o resultado”, brincou.

Um vídeo mostrou as 86 candidatas pedindo por direitos iguais, defendendo bandeiras de combate à intolerância e ao racismo. “Quero fazer a diferença, por isso quero ser Miss Universo”, diziam. Treze candidatas foram para a final, sendo 12 escolhidas pelos jurados e uma pelo público. Foram elas as misses Quênia, Indonésia, Estados Unidos, México, Peru, Panamá, Colômbia, Filipinas, Canadá, Brasil, França, Haiti e Tailândia (voto pela internet).

A escolha da modelo plus size Ashley Graham como comentarista de backstage é uma prova de que o concurso está preocupado com diferentes valores e não apenas para a beleza padronizada. Histórias de superação, como a perda dos pais, da casa, ou sobreviver a um acidente de carro foram algumas das experiências relatadas pelas candidatas. Diversidade e representatividade também fazem parte da escolha da mulher mais bela do universo.

A brasileira Raissa Santana, 21 anos, é baiana radicada no Paraná foi a primeira negra a quebrar o jejum de candidatas negras brasileiras no concurso em 30 anos, mas não foi selecionada entre as nove finalistas. Em entrevista exclusiva ao Viver Bem, Raissa contou que sua trajetória pode servir de exemplo para outras jovens que sonham com o título, mas que não é só a beleza que deve ser levada em consideração. Filha de uma empregada doméstica e com quatro irmãos, ela sempre teve que ajudar em casa e começou a trabalhar desde muito jovem. “E eu quero mostrar que isso é possível. A beleza vai além da física. É preciso mostrar o que está por dentro do ser humano, ser uma pessoa confiável, simples e do bem”, diz.

É essa mensagem que ela quer passar para as pessoas como representante da beleza brasileira. “A beleza é independente da raça. Beleza é se sentir bem”, enfatiza. O Brasil não conquista a coroa há 49 anos. As únicas brasileiras a conquistarem o título foram Ieda Maria Vargas (1963) e Martha Vasconcellos (1968).  Ainda concorrem ao título as candidatas dos Estados Unidos, Tailândia, França, México, Quênia, Colômbia, Canadá, Haiti e Filipinas.