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Queimar produtos é estratégia das marcas, que querem evitar liquidações. Foto: Unsplash.
Queimar produtos é estratégia das marcas, que querem evitar liquidações. Foto: Unsplash. | Foto:

A marca de luxo britânica Burberry chocou nesta sexta-feira (20) ao divulgar que incinerou o equivalente a 28 milhões de libras (R$ 141 milhões) em produtos no ano passado. Somando os últimos 5 anos, a empresa queimou mais de 90 milhões de libras (R$ 446 milhões) em roupas, acessórios e perfumes não vendidos.

A prática, comum no mercado de luxo, visa evitar que produtos fiquem parados, sejam vendidos em liquidações, com preços mais baixos, ou acabem furtados. A empresa diz ainda que a prática é “sustentável”, porque o gás carbônico emitido com a queima foi compensado.

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“Nas ocasiões em que o descarte de produtos é necessário, fazemos isso de maneira responsável e continuamos a buscar formas de reduzir e revalorizar nosso lixo”, disse a empresa à mídia internacional. O número de produtos destruído no ano passado foi “atípico”, segundo a empresa, graças à grande quantidade de perfumes descartados após a compra da linha de cosméticos pela Coty.

Uma das lojas da marca, em Londres. Foto: Divulgação/Burberry.
Uma das lojas da marca, em Londres. Foto: Divulgação/Burberry.

O valor do descarte da empresa aumentou 50% nos últimos dois anos e foi quase 6 vezes mais alto em 2017 do que em 2013. Na semana passada, acionistas se mostraram insatisfeitos com a informação e questionaram por que os produtos não vendidos não foram oferecidos a investidores.

Analistas dizem que parte do problema da Burberry é o preço dos produtos nos mercados asiáticos, especialmente na China. A bolsa mais barata da marca no país custa 950 libras (R$ 4,7 mil). Recentemente, executivos da companhia anunciaram na semana passada a intenção de cortar os preços em 4% neste mercado.

Outras empresas

Marcas de luxo costumam destruir mercadoria não vendida para proteger sua propriedade intelectual e manter o valor de marca, de acordo com fontes do Times UK. Designers e empresas não querem que os produtos sejam usados “pelas pessoas erradas”, por isso o horror a liquidações.

Dona da marca Montblanc e da Cartier, a Richemont teve de recomprar 480 milhões de euros em relógios (R$ 2,1 bilhões) nos últimos dois anos. Parte destes relógios, devolvidos por varejistas, foi reciclada e outra parte descartada.

No ano passado, veio à tona a informação de que a H&M, marca de roupas com preços mais acessíveis, enviou mais de 15 toneladas em produtos descartados “não seguros” para a estação de geração de energia elétrica da cidade de Vasteras, na Suécia. Ambientalistas se enfureceram, porque a companhia veiculava um anúncio pedindo que clientes reciclassem roupas que não quisessem mais.

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