Moda e beleza

Marina Mori

Como saber se uma roupa tem qualidade antes de comprá-la

Marina Mori
12/03/2018 11:00
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Foto: Tobias Van Schneider / Unsplash

O segredo de uma peça de qualidade está nos detalhes. O acabamento, o tipo de tecido e o caimento fazem toda a diferença – positiva e negativamente – em uma produção, por mais básica que ela seja: do jeans com camiseta ao vestido tubinho. “Tem gente que não é detalhista e dificilmente se preocupa com acabamento, mas ele é essencial”, explica a personal stylist Fernanda Marochi. Saber se uma roupa tem qualidade é requisito básico de todo consumidor.
Em geral, as melhores e mais duráveis são as mais caras, segundo a especialista. Mas isso não significa que um guarda-roupa impecável tem que ser 100% composto por calças de puro algodão e camisas de linho orgânico.
A dica de ouro, recomenda Fernanda, é investir mais em roupas que são essenciais para você. “Cada pessoa tem seus básicos. Se os seus forem calças jeans, invista em calças jeans de qualidade. Se forem calças de alfaiataria, escolha as mais bem cortadas”, sugere.
Quais são os seus básicos?<br>Foto: Renata Fraga / Unsplash
Quais são os seus básicos?<br>Foto: Renata Fraga / Unsplash
A partir disso, não há mal nenhum em comprar peças da moda que sejam mais baratas e produzidas com um material mais simples. Afinal, de que adianta gastar muito dinheiro com algo que na próxima estação talvez nem faça sentido para você?
A seguir, a personal stylist sugere três passos básicos para analisar antes de comprar uma peça. Lembre-se deles na próxima vez que for às compras:

Acabamento

“Se uma peça não está bem acabada, é uma questão de tempo para ter que levá-la à costureira. Ou seja, já é um custo a mais”, alerta a personal stylist.
Por isso, não tenha medo de virar a roupa do avesso, literalmente. Só assim é possível conferir se os arremates estão bem feitos, se o zíper está bem colocado e se os bolsos têm forros. Não é preciso entender de costura para perceber estes detalhes. “Eles são bem evidentes quando você olha por dentro”, garante a especialista.
Preste atenção também na linha de costura utilizada. Há fios sobrando? Parece que a peça vai se descosturar ao primeiro uso? Melhor repensar a compra.
No caso das roupas estampadas, principalmente com listras e xadrez, é importante fazer o teste do “encontro”: feche a camisa ou a calça e certifique-se de que o desenho se mantém. Se o quadriculado perder a forma ou as listras se desencontrarem, mau sinal.
Por último, não esqueça de checar a firmeza dos botões. Muitas vezes, eles são os primeiros a caírem quando a peça não tem qualidade.
As linhas do xadrez não devem se desencontrar nas costuras. Foto: Seth Reese / Unsplash
As linhas do xadrez não devem se desencontrar nas costuras. Foto: Seth Reese / Unsplash

Qualidade do tecido

“O ideal seria ter só peças feitas com tecidos naturais – como algodão, seda e linho -, que duram muito mais tempo no guarda-roupa”, diz Fernanda. Porém, como estas matérias-primas são mais caras, é inevitável que o preço final das roupas também aumente.
Para torná-las mais acessíveis, os fabricantes misturam tecidos sintéticos (como poliéster, viscose e nylon) com os naturais.
A qualidade da peça aumenta ou diminui a partir do equilíbrio entre estas misturas. Por isso, fique de olho na etiqueta: é ali que as quantidades de cada tecido são indicadas através de porcentagens. Dê preferência às com maior índice de algodão.
Dê preferência aos tecidos naturais e preste atenção às indicações de lavagem da peça. Foto: Bigstock
Dê preferência aos tecidos naturais e preste atenção às indicações de lavagem da peça. Foto: Bigstock
Outro fator importante é o toque, a sensação que o tecido causa na pele. A personal stylist recomenda fugir das roupas que têm um toque muito seco e duro.
“Há quem diga que ao esfregar forro com forro de algumas peças já dá para ver se faz bolinha ou não”.
As temidas “bolinhas”, aliás, muitas vezes já dão sinais de que serão parte da indumentária antes mesmo de sair da loja. “Algumas formam bolinha na arara, sem uso algum. Imagine depois de algumas usadas”, questiona Fernanda.
Entre as peças com maior tendência ao problema, aquelas feitas com lã 100% sintética. “Não tem jeito. É do próprio tecido”, explica.
O toque do tecido já é o primeiro indício de qualidade (ou não) de uma roupa. Foto: Van Scneider / Unsplash
O toque do tecido já é o primeiro indício de qualidade (ou não) de uma roupa. Foto: Van Scneider / Unsplash

Caimento

De acordo com Fernanda, quase todas as roupas compradas no sistema “prêt-à-porter”, as famosas “fast fashion”, precisam de algum ajuste. “A gente compra a roupa e sai usando, mas como são feitas em larga escala dificilmente vão caber perfeitamente”, explica.
Detalhes como altura certa da barra, mangas longas demais e largura da cintura, por exemplo, são suficientes para causar uma boa impressão logo à primeira vista.
Calças skinny não devem passar do tornozelo, lembra a personal stylist, assim como a costura dos casacos deve ficar exatamente na altura dos ombros. No caso de casacos de inverno, as mangas devem acabar na metade do dorso das mãos. “Os comprimentos nas alturas certas alongam a silhueta e passam uma imagem de elegância”.
“Quando o caimento de uma peça não está certo, causa um ruído no visual. É bom olhar para alguém que está com as roupas alinhadas", diz a personal stylist Fernanda Marochi. Foto: Reprodução / Pinterest
“Quando o caimento de uma peça não está certo, causa um ruído no visual. É bom olhar para alguém que está com as roupas alinhadas", diz a personal stylist Fernanda Marochi. Foto: Reprodução / Pinterest
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