Moda e beleza

Camila Rehbein, especial para a Gazeta do Povo

Conheça as grifes brasileiras que apostam na moda sustentável

Camila Rehbein, especial para a Gazeta do Povo
11/03/2016 22:00
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A moda sustentável alçou voo no século 21 e, devagarinho, vem passando de uma simples tendência para um comportamento. Lá fora, Stella McCartney, Armani, Levis, Cartier e Tiffany&Co são exemplos de grandes grifes que têm buscado o equilíbrio entre a natureza, a economia e a sociedade para conquistar um novo consumidor fashion, mais exigente e preocupado com o meio ambiente.
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Entre as grifes nacionais, pequenos e grandes vêm trabalhando com matéria-prima alternativa. A Osklen usa mais de 20 tipos de itens de origem reciclada, orgânica e natural em suas roupas e acessórios. Fibra de PET, bambu, cânhamo e couro de pirarucu estão entre algumas das escolhas de Oscar Metsavath, que está à frente da grife carioca.
Clutch de couro de piracucu da Osklen (R$ 367).
Clutch de couro de piracucu da Osklen (R$ 367).
Uma das dificuldades apontadas pelos criadores é o preço das matérias-primas. Como ainda são em pequena escala, o custo é inviável para a maioria das marcas nacionais. “O volume é muito pequeno no caso dos tecidos. Boa parte deles vem de fontes não sustentáveis. Para minimizar essa situação, a Heroína reaproveita o máximo possível as sobras”, revela Alexandre Linhares, estilista da label curitibana.
O valor mais elevado das peças, devido aos custos de produção, é um outro obstáculo para a popularização da moda sustentável, reconhecem os criadores de roupas e acessórios “verdes”. “Mas as pessoas, cada dia mais, precisam se perguntar: o que eu estou vestindo? Porque sustentabilidade está intimamente ligada com durabilidade e priorizamos muito isso nas nossas peças”, ressalta Francisca Vieira, presidente da grife paraibana Natural Cotton Color (NCC), que produz roupas femininas com algodão orgânico. E não só isso, também significa repensar o que queremos com a moda e que papel estamos representando nessa cadeia.
Heroína – Alexandre Linhares
Fotos: divulgação.
Fotos: divulgação.
Todas as coleções da grife do estilista Alexandre Linhares aproveitam ao máximo a matéria-prima disponível. “Tentamos ser o mais sustentável possível. Não produzimos lixo e incentivamos parceiros a não fazer”, explica o criador. Entre os processos de confecção “verde” estão a reciclagem de sobras de tecidos (inclusive de terceiros) e a reutilização da tinta usada em peças. “Esse insumo (a tinta) não pode ir para a água. Então quando vamos colocar a roupa para secar, aproveitamos e colocamos outro tecido embaixo para tingir”, conta.
Justiniana
Vale da Seda
Pedro Serapio/Gazeta do Povo.
Pedro Serapio/Gazeta do Povo.
O Instituto Vale da Seda, de Maringá, tem como missão principal estimular o aproveitamento da matéria-prima da região Noroeste do estado para a fabricação de roupas e acessórios. Além disso, a entidade tem uma loja on-line que vende cachecóis, echarpes e lenços . O Vale da Seda também divulga a matéria-prima paranaense em eventos de moda, como o ID Fashion (foto), realizado no ano passado. Nos desfiles, são apresentados looks confeccionados com a seda local. “Além disso, toda a produção é sustentável, uma característica natural do bicho da seda, pois o local onde o casulo é cultivado não pode estar contaminado com agrotóxicos”, completa o presidente do instituto, João Berdu.
Natural Cotton Color
Serviço
Heroína – Alexandre Linhares, Alameda Prudente de Moraes, 445, Mercês, fone (41) 3233-4810. Vale da Seda, fone (44) 3028-0404. Justiniana, fone (19) 98140-9999. NCC Ecobrand, fone (83) 3241-6197. Osklen, ParkShoppingBarigui e Pátio Batel.