Moda e beleza

Bruna Covacci

Costanza Pascolato dá dicas para combinar cores e fala sobre envelhecer bem

Bruna Covacci
22/11/2015 22:00
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Costanza durante passagem na redação da Gazeta do Povo

Uma das personalidades mais emblemáticas da moda brasileira, Costanza Pascolato celebra o lançamento de mais um projeto, o livro Meu Caderno de Estampas (Editora Planeta, R$ 34,90). A publicação tem cara de livro de colorir para adultos, mas também reúne  as estampas preferidas produzidas pela tecelagem da família de Costanza. Ao longo de suas 96 páginas, Meu Caderno de Estampas é uma mistura entre guia de estilo e elegância com entretenimento puro – afinal, quem vai resistir passar horas brincando de designer com Costanza Pascolato? Abaixo, a papisa respondeu perguntas do Viver Bem.
01)   Como você desenvolveu o seu olhar para saber como combinar cores e padronagens?
O olhar vem sendo aprimorado há tempos, com minha paixão por moda e meu amor pela linguagem visual.  São praticamente 50 anos de carreira, sempre atenta a todos os movimentos de moda e, sempre é bom lembrar, observando muitas variações de comportamento ao longo das décadas. É assim que continuo treinando o olhar, que já é naturalmente muito inquieto e curioso. Na prática, estudei História da Arte de um jeito bastante apaixonado também. Boas exposições e bons museus para mim são situações e lugares de puro prazer e aprendizado desde sempre.
02)   A moda caminha cada vez mais para a liberdade, ainda assim, você acredita que existam dicas que precisam ser seguidas?
Você tem razão: a moda caminha para mais e mais liberdade. É justamente por isso que as pessoas costumam se atrapalhar e poucas sabem do que gostam e o que realmente lhes cai bem. Daí, no caso do Brasil, se espelharem tanto em atrizes de novelas ou nas blogueiras, que apresentam diariamente looks diferentes. Infelizmente, apesar dessa experiência de liberdade, as pessoas ainda tendem a adotar roupas e acessórios que nem sempre combinam com elas. E, pior, sem perceber. Minhas “dicas” são todas mais de um carinhoso bom senso, que qualquer um pode adotar.
03)   Quais as cores que você acredita que são mais antagônicas. Você pode exemplificar?
Cada cor tem um espectro. É um circulo que mostra claramente qual cor é antagônica à outra. E cores contrastantes são bastante usadas entre si, principalmente em estampas, de maneira bem dosada, para valorizar o desenho dos elementos que a compõem. Na roupa, se você não tem muito jeito para combinar cores ou estampas, sugiro sempre cautela. Mais discrição pois assim se erra bem menos.
04)   Seu livro funciona também como um guia de estilo?
Acho pretensioso dizer que meu caderno, tão bonitinho, é “guia de estilo”. Já escrevi dois livros “O Essencial” (agora, em reedição) e “Confidencial”, com o intuito de contar coisas de minha vida, narrar meu olhar sobre uma série de coisas que me fizeram uma profissional enamorada de minha profissão e compartilhar alguns “conselhos” que, na minha opinião,  ajudam a melhorar a vida de qualquer um. Já o Meu Caderno de Estampas tem o intuito de fazer relaxar, esquecer um pouco os dilemas da vida e, eventualmente, ler curtas frases de bom senso, que também podem ajudar.
05)   Qual o maior desafio de envelhecer e manter o estilo?
Nasci de pais que sempre cuidaram do aspecto físico e da saúde espiritual e mental. Eles sempre tiveram muita dignidade e estilo. Meus valores vieram deles. Envelhecer é um processo natural e tem que ser encarado assim. O grande lance é cuidar muito bem de si próprio porque isto sim ajuda para a manter o equilíbrio. Descobrir a melhor alimentação, os exercícios e a maneira de se “respeitar”.  Exercitar a cabeça (inclusive tentando “esvaziá-la” eventualmente) e me ocupar com coisas que vão ampliar conhecimentos também sempre foram ações fundamentais para mim. Quando você se sente confortável com você mesma, o equilíbrio aparece e a autoestima cresce.
06)   Como funcionou o processo de escolha das padronagens do livro?
Foi um processo coletivo. Os desenhos provêm do acervo da Santaconstancia, a tecelagem de minha família. Minha filha Alessandra Blocker foi quem teve a ideia de compor o caderno _com a inestimável edição de Marcia Pereira, da Editora Planeta. Minha sobrinha Gabriella Pascolato Costa, a equipe de desenvolvimento da nossa empresa e eu escolhemos algumas das estampas mais fáceis de colorir e com um apelo mais atemporal.
07)   E você, também gosta dos livros de colorir?
Gosto bastante. Aproveito momentos livres para isso. Até porque, na juventude, fiz desenhos e gravuras em metal, xilogravuras e litografias. Mas eu não era muito boa não! Prefiro admirar e colorir o que os outros, com talento, fazem.